Pesquisa comprova que programa chega a famílias mais pobres, diz secretária

27/06/2008 - 22h59

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para a secretárianacional de Renda de Cidadania do Ministério doDesenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rosani Cunha,a pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais eEconômicas (Ibase) com usuários do Bolsa Famíliamostra que o programa está chegando às famíliasque tradicionalmente estiveram à margem das políticaspúblicas.Ela reconhece, no entanto, queainda há muito o que fazer e que são necessáriosoutros investimentos para garantir qualidade às famíliasmais pobres.“Pobreza,analfabetismo e baixa escolaridade andam juntos. Além datransferência de renda, é preciso integrar outrasiniciativas que possam desenvolver as capacidades das famílias,como educação e qualificaçãoprofissional”, destacou a secretária.Ela defende que oprimeiro passo da integração deve ser o aumento daescolaridade dos beneficiários e, nesse sentido, destacouque o MDS está integrado com o Ministério da Educaçãono programa Brasil Alfabetizado.A secretáriacita também o plano de qualificação profissionalvinculado à construção civil como outrainiciativa importante para fazer com que as famíliasbeneficiadas pelo Bolsa Família deixem a situaçãode insegurança alimentar.O levantamentoaponta que 87% dos assistidos pelo Bolsa Família gastam odinheiro do benefício com alimentos. No entanto, ainda há2,3 milhões de famílias (11,1 milhões de pessoas) que passam fome, mesmo recebendo o benefício.Com base nolevantamento, o Ibase sugere o reforço aprogramas de segurança alimentar que possibilitem a oferta deprodutos alimentares adequados e pouco consumidos, como legumes,verduras, frutas e carnes, a preços mais baratos.O Ibase aindarecomendou que governo desenvolva a política de abastecimentoalimentar centrada na valorização da agriculturafamiliar. Outro ponto destacado como ação necessáriado governo é a ampliação da alimentaçãoescolar para o ensino médio e o fortalecimento de políticasque ampliem o acesso à água potável e aoesgotamento sanitário.O instituto tambémdestaca a necessidade de intensificação das políticasda assistência social com as famíliasbeneficiadas, buscando sua integração com açõescomplementares capazes de melhor suas condições desaúde e educação, além da implementaçãode politicas emancipatórias, ou seja, que promovam acesso dasfamílias ao trabalho.