Fonte da Funasa aponta tia como agressora de índia que morreu em Brasília

27/06/2008 - 22h07

Jorge Wamburg e Leandro de Souza
Repórteres da Empresa Brasil de Comunicação
Brasília - A índia Jaiya Xavante, 16 anos, que morreu na última quarta-feira (25), no Hospital Universitário de Brasília, teria sido agredida pela própria tia, Maria Imaculada Xavante, informou uma fonte da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) à reportagem da TV Brasil.Ela é uma das três irmãs casadas com o pai de Jaiya, conforme um costume tribal. Num acesso de ciúme do marido, segundo a fonte da Funasa, ela teria empalado a jovem, ou seja, introduzido um vergalhão de ferro de aproximadamente 40 centímetros no órgão sexual da sobrinha.De acordo com informação obtida pela TV Brasil, o crime teria ocorrido por volta das 3h da manhã de quarta-feira, na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casi). Jaiya morreu sete horas depois no HUB, vítima de infecção generalizada. Ela teve baço, estômago e diafragma perfurados.Na versão apresentada pela fonte da Funasa à TV Brasil, a suposta autora do crime é inimputável por ser índia, ou seja, não poderia ser presa e processada.Jaiya estava em Brasília com a mãe, a tia e uma irmã, para tratamento das seqüelas de meningite sofrida na infância, que a deixaram muda e paralítica (locomovia-se em cadeira de rodas), devido a lesões neurológicas.Desde maio, Jaiya estava na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casi), localizada perto da cidade do Gama, para tratamento no Hospital Sarah Kubitschek. Ela morava com a família na aldeia São Pedro, no município de Campinápolis, em Mato Grosso, para onde o corpo foi trasladado hoje à tarde, depois de ser liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Brasília.