Movimento de Direitos Humanos condena ação do Ministério Público contra MST

28/06/2008 - 19h08

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Movimento Nacional deDireitos Humanos (MNDH) condenou hoje (28) a intençãodo Ministério Público do Rio Grande do Sul decriminalizar lideranças do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST). Esta semana, o MST denunciou que o Ministério Público gaúcho teria discutido, em reunião doseu Conselho Superior, estratégias para proibir qualquerdeslocamento de trabalhadores sem-terra, intervenção em escolas deassentamento, criminalização de lideranças e de integrantes edesativação de todos os acampamentos no Rio Grande do Sul.O coordenador geral doMovimento Nacional de Direitos Humanos, Gilson Cardoso, mostroupreocupação com o debate considerando que esse tipo de atitude pode se estender a outros movimentos. “Jánão é mais a criminalização de umapessoa, de uma liderança, de uma ação. No meuentendimento, isso é muito grave”, afirmou Cardoso.Já o coordenadorde formação do MNDH, Ricardo Barbosa, disse que oMinistério Público está agindo de maneiracontrária à definida por lei, que é de proteçãodos direitos constitucionais da população. “Esse tipode ação assusta porque é o próprioMinistério Público, que tem uma funçãoconstitucional, diferente daquela que está exercendo nestecaso. Ao invés de uma defesa intransigente eradical da democracia, a gente vê as forças de reaçãotentando criar um estado de exceção dentro do Estadodemocrático”, acrescentou.Os coordenadores tambémcriticaram a ação do Exército no Morro daPrevidência, no Rio de Janeiro, onde moravam trêsjovens que foram entregues a traficantes por militares da Força. Os jovens teriam sido levados a traficantes que fazem parte de umafacção criminosa rival. ”Só porque estáem curso uma obra de urbanização, porque o Exércitotem que garantir a segurança. No Rio de Janeiro tem uma sériede obras que estão acontecendo e não precisou o Exército estar lá. Isso é uma aberração”,disse o coordenador geral do MNDH.