Da Agência Brasil
Brasília - Apesar de descartar que haja desabastecimento em algumas áreas da Argentina, diversas organizações já afirmam que faltam alimentos perecíveis, devido à dificuldade de entrega de mercadorias provocadas pelos bloqueios de estradas, informa a agência Télam.A Associação de Supermercados Unidos afirma que na capital federal e na Grande Buenos Aires são sentidas dificuldades para o abastecimento de carne, lácteos, frutas e hortaliças. “Na medida em que se prolongam as medidas de força, dia-a-dia, hora a hora, as cadeias que representamos se encontram em uma situação cada vez mais difícil”, afirmou Juan Carlos Martínez, presidente da associação.De acordo com Martínez, os supermercados registram uma quantidade de mercadoria “sensivelmente inferior ao normal”, com um estoque que normalmente duraria de sete a dez dias.O presidente da Câmara de Auto-serviços e Supermercados de Residentes Chineses (CASRECH), Miguel Calvete, acrescentou que a média de falta de produtos na área da Grande Buenos Aires, Rosario e setores urbanos é de 30% a 40%. No caso do azeite de oliva, o desabastecimento chega a 80%, farinha e derivados entre 45% e 55% e lácteos entre 30% e 35%. Ele diz que à medida que se vai afastando dos centros urbanos, a situação piora.Nesse final de semana, agricultores e transportadores voltaram a bloquear as estradas na Argentina, especialmente no litoral e nas províncias de Mendoza e Córdoba. Os produtores rurais protestam contra as limitações e o aumento de impostos para as exportações de cereais, anunciados em março. Eles também repudiam os incidentes que aconteceram no sábado (14).Em algumas áreas o bloqueio das estradas é total, sem trânsito de nenhum tipo de veículos. Em outros locais, os agricultores afirmam que liberam carros de passeio, transporte de passageiro e caminhões com produtos perecíveis. Já os transportadores de carga reclamam uma solução para o conflito no campo.Enquanto isso, o chefe de Gabinete, Alberto Fernández, afirmou ontem (15) que o aprofundamento do conflito é parte de “um tremendo plano no qual se somam desestabilizadores, pelo qual se deixa a Argentina sem alimentos, esvaziam-se gôndolas dos supermercados e deixa-se as indústrias sem insumos, além de se proibr o trânsito"..