Controladores têm conhecimento de inglês abaixo do exigido por organização internacional

16/06/2008 - 20h54

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Dos1.500 controladores de vôo, em atividade no controle do tráfego aéreo internacional no Brasil,apenas 350 apresentam o nível de inglês mínimo exigido, desde2003, pela Organização Internacional de Aviação Civil (Oaci). No entanto, 100% deles têm o conhecimento necessário para manter a comunicaçãoentre a torre e os pilotos. As informações foram divulgadas hoje (16)pelo diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea),brigadeiro Ramon Borges Cardoso.AOaci é um órgão vinculado às Nações Unidas (ONU) que trata de padrões enormas da aviação civil. O padrão internacional exige o nível de inglês4, em uma escala de 1 a 6. De um total de 190 países ligados àorganização, outros 89, além do Brasil, não possuem o nível deconhecimento do idioma desejável. Entre estas nações estão a França,Alemanha, Portugal e Espanha. Segundo Cardoso, parasuprir a necessidade de profissionais qualificados neste setor, aAeronáutica escala, nas torres de controle, um supervisor com oconhecimento adequado à norma internacional para cada trêsprofissionais com o nível de inglês abaixo do padrão.  Estessupervisores auxiliam os demais controladores caso ocorram problemasque demandem um diálogo entre o piloto e a torre que não esteja deacordo com a rotina. Alémdisso, no ano passado foram investidos mais de R$ 3 milhões no ensinodo idioma para estes profissionais A Aeronáutica também estáreformulando o treinamento de inglês para atender a demandasespecíficas do controle do tráfego aéreo e passará a exigir oconhecimento intermediário do idioma nos seus próximos concursos. Oobjetivo, segundo o diretor do Decea, é que, até 2011, prazo determinado em 2007 pela Oaci, 100% dos controladores de tráfego aéreo devôos internacionais estejam com o conhecimento da língua inglesa de acordo com as exigências adotadas pela organização. Pela norma, a pena para osprofissionais com o nível de inglês abaixo do estabelecido como padrãoé perder a carteira de habilitação. Otráfego internacional representa 7% do total do país. De 2003 a 2007, foram registradas no Brasil dez ocorrências causadas por problemasde comunicação, sendo três delas foram críticas. Segundo Cardoso, apesar disso, nunca ocorreu um acidente com vítimas no Brasilcausado pelo desconhecimento do inglês. “Nãoexiste nenhum acidente registrado que pudesse colocar como fatorcontribuinte a comunicação em inglês dos controladores. A nossaprobabilidade de que aconteça um incidente é de 0,00022, o que é umnúmero bastante razoável para o controle do tráfego aéreo”, disse. Odiretor do Decea afirmou que a probabilidade de que ocorra umincidente no tráfego aéreo internacional é de um para cada seis meses, eestão incluídas nesta categoria ocorrências sem graves conseqüências.Estes dados inserem o Brasil na categoria “risco médio”, já que o“risco baixo” pressupõe um incidente a cada 30 anos.