OAB diz que participação de militares na morte de jovens arranha imagem do Exército

16/06/2008 - 18h42

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente nacionalda Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, divulgou hoje(16) repudiando o envolvimento de militares do Exército namorte de três jovens moradores do Morro da Providência,no Rio de Janeiro. Britto disse que o assassinato dos três é“um escândalo torpe, intolerável”, que "arranhaa imagem do Exército". Na nota o presidente daOAB afirma que o aparelho de segurança pública do Riode Janeiro necessita de reformas e que os militares deveriam agircomo pacificadores de uma situação de guerra civil, “aqual espantosamente nos acostumamos”, em que os moradores dasregiões mais pobres estão expostos à “presençanefasta de traficantes, milícias pára-militares epolícia, frequentemente tão agressiva e predadoraquanto os delinqüentes”. Cezar Britto consideroutambém que, ainda que os jovens fossem culpados, nãocabe ao Estado brasileiro assumir papel de justiceiro, “igualando-seao criminosos em atos de tortura e execuções sumárias”.Os três jovensforam encontrados mortos em um lixão da Baixada Fluminensehoras depois de terem sido abordados por militares do Exército.De acordo com odelegado responsável pelo caso, Ricardo Dominguez, apesar deum oficial superior mandar liberar os rapazes após umarevista, um tenente determinou que eles fossem colocados num caminhãoe levados para o Morro da Mineira, onde foram entregues a traficantesde uma facção rival à do Morro da Providência.Hoje trêsmilitares se entregaram e confessaram a participação noepisódio. Eles estão presos no Primeiro Batalhãoda Polícia do Exército, no Rio.