CPI das ONGs ouve acusados de irregularidades envolvendo a Finatec

10/06/2008 - 23h47

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga asOrganizações Não Governamentais (ONGs) e outrasentidades sem fins lucrativos prosseguiu na noite de hoje (10) ouvindo depoimentos sobre denúncias de irregularidades naaplicação de recursos em projetos coordenados pelaFundação de Empreendimentos Científicos eTecnológicos (Finatec), da Universidade de Brasília(UnB).Na área daassistência à saúde, o gestor de projetos para asaúde indígena, Alexandre Lima, em depoimento na últimareunião da comissão, diante das acusaçõesde irregularidades, descartou sua responsabilidade na aplicaçãode recursos, atribuindo isso à direção daFundação de Apoio ao Desenvolvimento Científicoe Tecnológico na Área de Saúde (Funsaúde),que trabalha em conjunto com a Fundação Nacional deSaúde (Funasa).O ex-presidente daFunsaúde, José Garrofe Dória, rebateu ainformação que dada por Lima, dizendo que cabe aosdiretores da entidade assinar a liberação de recursos,sendo de responsabilidade do gestor a sua aplicação."Assinamos centenas de cheques por dia, às vezes, e nãopodíamos saber detalhamento sobre o que esta acontecendo nosprojetos. Tudo na fundação sempre corria em clima deplena confiança, durante 15 anos, no nosso convívio comos professores responsáveis por projetos, e nunca houveirregularidades", disse.O relator da CPI,senador Inácio Arruda (PC do B-CE ), e o presidente dacomissão, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), avaliaram odepoimento do ex-presidente da fundação como coerente. O Tribunal de Contas daUnião (TCU) e o Ministério Público do DistritoFederal denunciaram o uso de R$ 370 mil repassados à Funsaúdepara o projeto gerido por Alexandre Lima, que teriam sido utilizadosem despesas com festas, recepções, almoços,jantares e viagens, fugindo à finalidade, que era promover asaúde em aldeias indígenas.A proprietáriada empresa de Consultoria M2R, Rommana Remor, e seu marido, GilenoMarcelino, os outros depoentes, rebateram outras denúnciassobre responsabilidade da empresa em contratos de R$ 1 milhãogeridos pela Finatec para elaborar o plano diretor de diversosmunicípios de Santa Catarina. Rommana afirmou que pessoalmenteficou perplexa com distorções que aconteceram nosprojetos e que convidou o Ministério Público paraparticipar da elaboração. Segundo ela, seis deles foramlicitados em tomada de preços e elaborados dentro do que prevêo Estatuto das Cidades.