Setor de jóias se prepara para proteger suas criações

10/06/2008 - 18h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ciente de que é importante que as empresas brasileiras registrem suas marcas para se protegerem de pirataria no exterior, o presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Hécliton Santini, destacou hoje (10), ao participar da bolsa de negócios de moda Fashion Business, que em parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o IBGM publicou cartilha para informar as empresas do setor e conscientizar os designers da necessidade de protegerem assuas criações.Santini explicou que, no setor de jóias, essa proteção não é uma coisa simples porque não se trata de uma propriedade industrial propriamente dita. “Você tem mecanismos paralelos de proteção”, alertou. Ele disse, contudo, que é importante que as jóias que têm um desenho diferenciado sejam protegidas. “Então a gente procura cada vez mais proteger os nossos designers porque,  inclusive hoje, o Brasil deixou de copiar para ser copiado”, observou.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Estilistas (Abest), Maurício Medeiros, destacou que os associados da entidade têm suas marcas registradas. "Porque como a gente trata de um produto de alto valor agregado, é a primeira marca que é assediada para a pirataria. Por isso,  nós temos uma atenção especial na  questão da marca”, disse.

Medeiros esclareceu que o mesmo não ocorre em relação ao design de produto da moda,  devido à constante renovação do trabalho. “Porque a mulher e o homem consumidores esperam essa inovação. Então, não tem motivo de um produto de  rápida reciclagem exigir patente”, explicou.

Ele acredita que a proteção da marca é um custo que todos os estilistas e produtores do setor da moda devem fazer para evitar a pirataria. “Na questão da marca, é obrigatório que ela tenha o registro não só no Brasil como no exterior”, lembrou.

Dados do INPI revelam que, em 2006, foram registradas no Brasil 94.660 marcas, incluindo depósitos de empresas estrangeiras, contra somente 327 pedidos de marcas do Brasil no exterior.