P-SOL pede impeachment da governadora do Rio Grande do Sul

10/06/2008 - 17h29

Sabrina Craide*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Executiva do P-SOL noRio Grande do Sul protocolou hoje (10) na AssembléiaLegislativa do Estado um pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius. De acordo com a deputada federal Luciana Genro (P-SOL-RS), o pedido foi motivado principalmente pelo fato de a governadora nãoter negado afirmações do ex-chefe da Casa Civilsobre o financiamento de partidos políticos por órgãosdo governo.“A governadora veio apúblico exclusivamente para condenar o seu vice-governador,que revelou as gravações, mas em nenhum momento elachegou a afirmar que o seu chefe da Casa Civil estaria mentindoquando afirmou que os partidos se financiam dentro das estatais dogovenro do estado”, disse.Para o líder dogoverno na Assembléia Legislativa, deputado MárcioBiolchi (PMDB), não há elementos suficientes para oimpeachment da governadora. “Não existe nenhum fundamentoque possa levar ao impedimento de um nome que foi escolhido de formademocrática pelas urnas aqui no Rio Grandeo do Sul”, disse.Segundo ele, o governoestá tomando todas as providências para avaliarpossíveis irregularidades. “As obrigações queo estado tem na apuração de fatos que porventura sejamcometidos e que contenham alguma irregularidade estão sendotomadas. Esse é o principal argumento da defesa, e nãoo fato de não ter dito alguma coisa que a oposiçãogostaria de ter ouvido”, disse.A crise no governo doRio Grande do Sul iniciou no final do ano passado, com a OperaçãoRodin, da Polícia Federal, que desmembrou um esquema dedesvios de recursos no Departamento Estadual de Trânsito(Detran). As conversas interceptadas revelaram o envolvimento demembros do governo estadual.Na últimasemana, a situação se agravou quando o vice-governador,Paulo Feijó, divulgou na Comissão Parlamentar deInquérito que investiga o Detran a gravação deuma conversa na qual o então chefe da Casa Civil, CézarBusatto, admite que órgãos da administraçãodo estado financiam partidos políticos.Paratentar resolver a crise, o governo do estado anunciou ontem (9) acriação de um gabinete de transição queirá promover mudanças na nominata do governo. O gruposerá formado por representantes dos partidos políticosque compõem o governo (PSDB, PMDB, PP, PPS e PTB) e teráo objetivo de reestruturar a administração pública.Ogabinete de transição vai elaborar uma carta decompromisso do governo com os gaúchos, garantindo acontinuidade da prestação dos serviços públicoscom qualidade. Ao anunciar as mudanças, Yeda Crusius disse quevai pedir ao Ministério Publico Estadual prioridade absolutapara a análise das denúncias relacionada aos órgãosda administração do estado.Em seupronunciamento em cadeia de rádio e televisão, noúltimo sábado (7), Yeda afirmou que as mudançaspropostas pelo seu governo afetam antigos interesses. “Garanto queo desenvolvimento do nosso estado não será interrompidopor ataques desleais que tentam desqualificar o trabalho responsávelque fazemos”, disse.O ministro da Justiça,Tarso Genro, disse hoje (10) que a situação no estadonão é caso para intervenção federal, poisas instituições estão funcionando normalmente.“Não há nenhum tipo de violaçãoconstitucional, tudo está funcionando de maneira adequada”,afirmou.