Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente daAssociação Brasileira da Indústria de HigienePessoal, Perfumaria e Cosméticos, João Carlos Basílio,defendeu hoje (10) a harmonização da legislaçãosanitária em toda a América Latina, para que haja maisintegração neste setor entre os paíseslatino-americanos.Ao participar daFashion Business, bolsa de negócios de moda realizadaparalelamente à Fashion Rio, Basílio disse que a harmonização é uma obrigação noâmbito da União Européia e do Mercado Comum doSul (Mercosul), mas ainda não é vista sob a mesma óticapelos países latinos. No Brasil, ressaltou Basílio, o setor de cosméticos já está trabalhando em busca dessa harmonização. “OBrasil está avançando nesse sentido”.
Na opinião de Basília,a harmonização, por meio do chamado “reconhecimentomútuo”, facilitará a entrada de produtos brasileirosna países latinos e abrirá o mercado brasileiro paraprodutos de outras nações. Ele lembrou que, hácerca de dez anos, o exportador tinha de fazer embalagens diferentespara atender a diversas legislações sanitárias.E com isso, perdia competitividade. Hoje, o setor consegue cumprirtoda a legislação sanitária do continente comapenas uma embalagem.
Basílio disse que oreconhecimento mútuo para o setor já existe na ComunidadeAndina e adiantou que, no Mercosul, a medida entrará em vigorainda neste ano. “Precisamos integrar tudo isso”, afirmou. Paraele, a eliminação dessa barreira poderia contribuirpara desenvolver muito a integração latina.
O Brasil lidera o setor de higienepessoal, perfumaria e cosméticos na América Latina,concentrando 54% de tudo que se comercializa na região. Étambém o terceiro maior mercado consumidor do mundo. Basílioobservou que o momento agora é de desburocratizarprocedimentos para desembaraço e liberação demercadorias, que ainda estão muito lentos. “Esse é umdesafio que precisamos vencer para avançar e crescer nessesentido.”
João Carlos Basílioinformou que as agências de vigilância sanitáriados países latino-americanos reúnem-se anualmente paradiscutir a harmonização das legislaçõessanitárias. A próxima reunião será emsetembro, em São Paulo.