Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Famílias assentadas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam hoje (16) à tarde o prédio da prefeitura de Serra Azul (SP), nas proximidades de Ribeirão Preto (SP), e fizeram manifestações em frente a três agências do Banco do Brasil na região do Pontal do Paranapanema, nas cidades de Teodoro Sampaio, Porto Primavera, e Euclides da Cunha Paulista.As famílias que se manifestaram em frente às agências reivindicavam a renegociação das dívidas dos assentados referentes ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e ao programa de Compra Antecipada Especial da Agricultura Familiar. Eles também pediam a criação de uma nova linha de crédito para a reforma agrária. De acordo com a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, as manifestações foram pacíficas, mas chegaram a interromper por algum tempo o funcionamento das agências. A assessoria ainda informou que a função do banco nos programas é de "prestador de serviço" e que não cabe à instituição a renegociação das dívidas.Cerca de 150 pessoas assentadas na zona rural da cidade de Serra Azul (SP), ligadas ao MST, ocuparam durante a tarde a prefeitura do município. Elas pediam melhorias na infra-estrutura no assentamento Sepé Tiarajú, localizado entre os municípios de Serrana e Serra Azul. De acordo com os manifestantes, a área do assentamento não tem iluminação pública, postos de saúde, escolas e saneamento básico.Segundo o prefeito da cidade, Wilson Egydio dos Santos, a cidade não tem arrecadação suficiente para financiar a infra-estrutura do assentamento. O prefeito se disse disposto a, junto com os assentados, buscar recursos do governo federal para o assentamento. As ações realizadas pelo MST fazem parte da Jornada Nacional de Lutas do movimento. Os protestos são realizados em memória dos 19 trabalhadores rurais sem terra assassinados em Eldorado de Carajás (PA), em operação da Polícia Militar, no dia 17 de abril de 1996.