Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética(EPE), Maurício Tolmasquim, garantiu hoje (16) que o setorelétrico tem como atender a demanda por energia em caso decrescimento de 5% anuais do Produto Interno Bruto (PIB), até2010.Tolmasquim disse ainda que a EPE estáfazendo cálculos já pensando na demanda de 2012 e 2013.“Não há riscos de qualquer descontrole nos próximostrês anos. Nós, hoje, temos uma situaçãoestrutural muito boa até 2010, o que está sendogarantido pelas chuvas deste ano”, observou.A EPE divulgou hoje o Plano Decenal de Expansãode Energia (PDE), para o período de 2008 a 2017. O estudoprevê que o consumo total de eletricidade no paíscrescerá a uma taxa média anual de 5,5% até lá.O plano usa como referência uma projeçãode expansão sustentada de 5% do Produto Interno Brutobrasileiro (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país,além de um crescimento populacional de 20,5 milhões depessoas e de 12,2 milhões de novos domicílios.Atualmente, o sistema energético atende a 51 milhões dedomicílios e os cálculos apontam que o númerosubirá para 63,2 milhões de domicílios.Para Tolmasquim, os cálculos provam que ocrescimento do PIB não implicará, necessariamente, emaumento de consumo de energia acima do previsto. “O país, noque concerne ao consumo de energia, está se aproximando daseconomias desenvolvidas. Consegue crescer, sem precisar de um consumode energia tão grande”, constatou.Segundo ele, num passado recente, para cadacrescimento de 1 ponto percentual no PIB, o país precisava de2 pontos percentuais de expansão da oferta de energia.Atualmente, o cálculo está em um por um, o quesignifica que o Brasil está evoluindo para uma relaçãoparitária de crescimento do consumo de energia/crescimento doPIB.“Isto é muito bom porque significa que opaís está se aproximando dos paísesdesenvolvidos e precisando cada vez de menos energia para crescer doque no passado”, disse.Com base nessas projeções, o consumototal de eletricidade no país atingirá 706,4terawatts/hora (TWh) em 2017, dos quais 604,2 terawatts/hora (85% dototal) significarão demanda à rede e os outros 15%serão atendidos pela auto-produção das empresas.Pelo PDE, constata-se que, em 2007, a proporçãoda demanda de rede, em relação ao total, era de 91,5%; em2008, o consumo da rede deverá superar os 396 terawatts/hora,um crescimento de 5,1% sobre 2007.