Tarso oferece ajuda da PF para defesa das Forças Armadas no caso Araguaia

28/03/2008 - 20h58

Hugo Costa e Alex Rodrigues
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, colocou a Polícia Federal à disposição do Ministério da Defesa responder a uma sentença judicial referente às vítimas da Guerrilha do Araguaia, ocorrida durante o regime militar."O ministro Nelson Jobim está fazendo um trabalho para responder a uma sentença judicial que já transitou em julgado para apresentação de documentos, informações relacionadas com os mortos do Araguaia. Vim aqui para colaborar na montagem desse trabalho, que tem um prazo largo para ser apresentado. Nós temos experts da Polícia Federal para colocar à disposição do Ministério da Defesa para o cumprimento fiel da sentença judicial", afirmou o ministro após o encontro com Jobim.Segundo a assessoria de imprensa da Defesa, as Forças Armadas realizam atualmente um levantamento dessas informações e vão entregá-lo ao departamento jurídico do ministério, que vai necessitar da ajuda da PF para fazer a perícia - a pedido de Jobim.Em setembro último, familiares dos guerrilheiros mortose desaparecidos conquistaram o direitode saber o que de fato aconteceu com seus parentes. Sentença doSuperior Tribunal de Justiça (STJ) mandou a União quebrar o sigilo das informaçõesmilitares que tratam das operações de combate à guerrilha. E deu prazo de 120 dias para informar o local onde estão sepultados osrestos mortais dos guerrilheiros, proceder o traslado e o sepultamentodas ossadas em locais indicados pelos familiares e, por fim, determinarque as Forças Armadas intimem a depor todos os militares queparticiparam do episódio.No final do ano passado, no entanto, o STJ determinou a volta docaso à primeira instância, zerando o prazo. O processo foi desmembrado em dois – um (recurso especial) foipara o STJ e outro (recurso extraordinário), para o STF – ea União recorreu de um deles na Corte Suprema. O prazo voltou a correr neste mês, mas a assessoria da Defesa não soube informar exatamente desde quando.O governocriou, em 2003, uma comissão interministerial para identificaros desaparecidos da guerrilha. O grupo concluiu, no ano passado, que os documentos foram destruídos.