Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo central, formado pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, terminou fevereiro com superávit primário de R$ 5 bilhões, queda de 67,5% em relação a janeiro, quando a economia de recursos havia somado R$ 15,4 bilhões.Relatório divulgado hoje (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional informa que essa redução ocorreu devido à arrecadação menor no mês passado, em relação a janeiro – o que é considerado normal, pois o primeiro mês do ano é marcado pelo pagamento da primeira cota do Imposto de Renda das empresas e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).A queda no superávit primário em fevereiro, no entanto, não impediu que o governo central fechasse o primeiro bimestre de 2008 com economia maior que no mesmo período do ano passado. De acordo com o Tesouro Nacional, no acumulado de janeiro e fevereiro, o superávit foi de R$ 20,4 bilhões, 35% a mais que nos dois primeiros meses do ano passado.As receitas do Tesouro Nacional passaram de R$ 95,3 bilhões em janeiro e fevereiro de 2007 para R$ 114,7 bilhões nos dois primeiros meses de 2008 – aumento de 20,3%. As despesas aumentaram em ritmo menor, passando de R$ 63,2 bilhões para R$ 72,7 bilhões, com alta de 15%.Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o superávit primário (economia de recursos que o setor público faz para pagar os juros da dívida pública) do governo central atingiu 4,59% do PIB, no acumulado do ano. O índice é 0,76 pontopercentual superior aos 3,83% registrado no primeiro bimestre de 2007.Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, a tendência é que,nos próximos meses, a economia de recursos diminua até encerrar 2008 perto do percentual registrado no final do ano passado, que foi de 2,27% do PIB. "No início do ano, o governo sempre economiza mais para gastardurante o ano", explicou.O Orçamento Geral da União deste ano estabelece que o setor público, formadopelo governo central, além de estados, municípios e estatais, deveeconomizar até 3,8% do PIB para o pagamento dos juros da dívida pública. Asmetas de superávit específicas para o governo central só serão divulgadasdepois da publicação do decreto que define o contingenciamento das verbas da União,previsto para sair na próxima semana.