Rede privada de saúde vai ajudar na notificação de casos de dengue, afirma Temporão

28/03/2008 - 19h26

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A rede hospitalar privada e as operadoras de planos de saúde deverão atuar no combate à dengue com o intuito de melhorar a qualidade do atendimento à população do Rio de Janeiro.Após reunião realizada com entidades do setor, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que os hospitais e planos de saúde passarão a integrar, com dois representantes, o gabinete de crise montado para combater a doença no estado. A atuação do setor privado será permanente, não só em termos de avaliação e organização, mas também no planejamento de ações.Temporão destacou que a ação da rede hospitalar privada e das operadoras de planos de saúde procurará melhorar a questão da qualidade da notificação. “Na nossa avaliação, há uma  subnotificação, que impacta negativamente nossa capacidade de dar resposta ao problema. O setor privado vai poder notificar de maneira mais rápida, ágil, via internet, diretamente à Secretaria Estadual de Saúde, que é a entidade que coordena todo o processo.”O ministro acredita que uma notificação tecnicamente qualificada é fundamental para o planejamento das medidas de intervenção governamentais.O ministro informou que o setor privado passará a adotar também o cartão pelo qual os médicos podem acompanhar toda a evolução da doença  nos pacientes. O cartão permite que o doente tenha um atendimento mais rápido e objetivo, em qualquer ponto do sistema de saúde localizado no estado, enfatizou Temporão.O Ministério da Saúde também está discutindo com o setor privado a possibilidade de ampliação do número de espaços para reidratação de pacientes com dengue na própria rede particular, a partir da utilização de estruturas ociosas, como laboratórios que não estejam sendo usados em determinados horários. O objetivo, destacou Temporão, é que os hospitais privados possam contribuir para reduzir o tempo de atendimento, “utilizando os mesmos protocolos de gravidade do Ministério da Saúde. E, portanto, reduzindo também a taxa de letalidade no setor privado”.A possibilidade de oferta de leitos na rede hospitalar privada para receber, inclusive, pacientes com dengue da rede pública, foi outro ponto discutido na reunião. “Em qualquer caso de emergência, de risco de vida, as redes pública e privada estão integradas, trabalhando de maneira integrada. E eu acho que é importante dar uma resposta para a sociedade do Rio de Janeiro de que todos estão juntos, o setor público e o setor privado, enfrentando de maneira articulada essa situação”, afirmou José Gomes Temporão.O ministro acredita que o problema persistirá por mais um mês. Ele imagina, porém, que haverá maior capacidade de  resposta. “Com mais organização, mais qualidade, mais planejamento, a situação tende a melhorar. A população está sofrendo e está cobrando respostas das autoridades. E nós estamos trabalhando para isso.”