Para secretária, compra de bens duráveis por beneficiário de programa social não é desvio

28/03/2008 - 15h43

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crescimento da aquisição de bens duráveis, como fogão, geladeira e televisão, entre famílias atendidas por programas de transferência de renda não representa um desvio dos recursos concedidos pelo governo para combater as desigualdades sociais. A avaliação é da Secretária Nacional de Renda e Cidadania, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Rosani Evangelista Cunha.O dado foi apontado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a dados de 2006. Segundo o levantamento, o total das famílias beneficiadas por algum programa de transferência de renda que tinha televisão subiu 5,4 pontos percentuais entre 2004 (ano-base da pesquisa anterior) e 2006, chegando a 87,9%. Entre as famílias que não recebem dinheiro dos programas, a elevação do índice foi menor, de 2,4 pontos percentuais, passando de 91,8% para 94,2%.Segundo ela, a visão de que haveria um desvio de recursos reflete preconceito de parte da sociedade que duvida da capacidade das famílias pobres em alocar de maneira adequada seus rendimentos."É uma visão preconceituosa, autoritária, que desqualifica as escolhas que as famílias pobres podem fazer em proveito de sua família e até pensando no futuro", afirmou a secretária.Ela acrescentou que os indicadores nacionais, como aumento do salário mínimo e geração de emprego, de uma forma generalizada vêm apontando para o crescimento da economia brasileira "para toda a população, inclusive para a pobre". Outro aspecto que, segundo a secretária, influencia no consumo das famílias de renda mais baixa é a regularidade e a constância com que o Bolsa Família é pago."Com isso, as famílias conseguem se planejar, tomar crédito e comprar alimentos, que é o principal elemento de consumo", afirmou.