Lobão prevê que 50% das termelétricas serão desativadas em 15 dias

28/03/2008 - 17h45

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro de Minas eEnergia, Edison Lobão, afirmou hoje (28) que pelo menos 50%das usinas termelétricas deverão ser desativadas dentrode 15 dias. Lobão disse que serão desligadas as usinasque utilizam óleo diesel. As termelétricas têm afinalidade de garantir suprimento seguro de energia para o país,principalmente quando a falta de chuva diminui o nível dosreservatórios das hidrelétricas. “Vamos fazer uma nova reunião do Comitê[de Política Energética] dentro de 15 dias e aí,muito provavelmente, elas serão desmobilizadas. Deixaremosapenas as termelétrica a gás, ou menos do que isso”,disse Lobão. Segundo o ministro, a geração atualdas termelétricas é de 5 mil megawatts e deveráser desativada pelo menos a metade desta capacidade, o que vai geraruma economia de R$ 400 milhões por mês.Com a regularização do níveldos reservatórios das hidrelétricas, Lobãoconfirmou que o Brasil deverá enviar para a Argentina, apartir de maio, 400 megawatts/mês de energia elétrica,conforme teria sido acertado entre o presidente Luiz InácioLula da Silva e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Oministro ressaltou que o fornecimento de energia será na formade permuta e que a Argentina devolverá o potencial ofertadoentre os meses de setembro e novembro.Lobão lembrou ainda que o governo tem um plano de construçãode hidrelétricas em conjunto com a Argentina e a Bolívia,e adiantou que também está em estudo uma usina emterritório peruano. "São seis usinas na fronteiradesses países, com capacidade de geração de 10mil megawatts."A crise internacional não deveráafetar os investimentos no setor energético, de acordo com oministro. Ele contou que recebeu ontem (27) executivos de um dosmaiores grupos de energia dos Estados Unidos, interessados eminvestir no Brasil, principalmente em termelétricas, inclusiveem usinas nucleares. “Para se ter uma idéia damonumentalidade desta empresa, ela sozinha produz mais energia do quenós produzimos como um todo. Eles têm mais de 100 milmegawatts produzidos nos Estados Unidos”, exemplificou.Para Lobão, o programa nuclear brasileiropoderá ter participação da iniciativa privada,inclusive do capital internacional, o que demandaria mudançasna legislação brasileira, que prevê monopólioestatal no setor: "Eu acho que a modernização dalei é sempre conveniente", observou.