Falta de acesso a serviços básicos prejudica mais beneficiários de programas sociais

28/03/2008 - 10h11

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A qualidade de vida nos domicílios brasileiros contemplados por programas de transferência de renda dos governos é menos favorável do que nas moradias que não recebem esses recursos. Em 2006, havia abastecimento de água de rede geral em 85,9% das residências brasileiras sem acesso à transferênciade renda. Entre as beneficiárias dos programas o índiceera mais baixo: 71,3%. De acordo com o levantamentosuplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD 2006) sobre Acesso a Transferências de Renda de ProgramasSociais, divulgado hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), essa realidade também pode sercomprovada através do acesso a esgotamento sanitário,coleta de lixo, iluminação elétrica e telefone,presentes, respectivamente, em 76%, 90,2%, 98,4%, 79,8% dosdomicílios que não recebem os recursos do governofederal, e em apenas 46,3%, 70,8%, 94,7% e 50,9% das moradiasbeneficiadas por programa.Os dados relativosà posse de bens duráveis, que reflete o acesso àinformação, ao conforto, ao lazer e àcomunicação também confirmam essa realidade. Em2006, os maiores percentuais de existência de geladeira (92%),freezer (18,7%), máquina de lavar roupa (43,6%), rádio(89,3%), televisão (94,2%) e microcomputador (26,4%) foramobservados nos domicílios que não receberam recursos de programa social. Nas moradias beneficiadasos percentuais se apresentaram da seguinte forma: geladeira(76,6%), freezer (6,3%), máquina de lavar roupa (10,2%), rádio(81,6%), televisão (87,9%), microcomputador (3,1%).Todosesses indicadores, no entanto, melhoraram no conjunto dedomicílios - tanto os que recebem quanto os que não recebem recursos - quando comparados com os resultados de2004. As melhoras mais significativas foram observadas entre os querecebem os benefícios, com destaque para o acesso a telefone,que saltou de 34,9% para 50,9% entre 2004 e 2006.