Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As pessoas consideradasde referência (principal responsável pelo sustento dafamília) nos domicílios que recebem transferênciade renda do governos são mais jovens do que aquelas que chefiam residências que não recebem o benefício. Além disso, sãopredominantemente de cor preta ou parda e trabalham principalmenteem atividades agrícolas. O levantamento suplementar daPesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2006) sobreAcesso a Transferências de Renda de Programas Sociais,divulgado hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE), revela que nesses lares há umaconcentração maior de pessoas de referência nasfaixas etárias de 30 a 39 anos (29,1%) e de 40 a 49 anos(26,6%). No caso dos domicílios não abrangidos poresses programas, os percentuais mais elevados foram encontrados nasfaixas etárias entre 50 e 59 anos (19,3%) e 60 anos ou mais(23,9%). Além disso, foram observados percentuais maiselevados de empregos com carteira assinada entre as pessoas que chefiam famílias atendidas por programas(77%) do que nos casos em que não houve transferência derenda (73,8%). No total do país, o nível de ocupaçãodessas pessoas foi de 74,4%, sendo 82,6% o referente aos homens e54,1%, às mulheres. Quando considerada a posiçãona ocupação, o levantamento revela que as pessoas dereferência nos lares beneficiados por programas sãoprincipalmente trabalhadores por conta própria (38,3%),trabalhadores domésticos (6,8%) e não-remunerados,trabalhadores na produção para o próprio consumo e na construção para o próprio uso(5,6%). Nos domicílios sem recebimento desses recursos, ascategorias mais freqüentes são empregados (57,7%) eempregadores (7,9%). Ainda de acordo com o levantamento, aparticipação das pessoas de referência empregadascom carteira assinada é maior quando não hátransferência de renda (62,4%). Entre os beneficiários dos programas sociais, esse percentualé de 47,2%.Se comparados os anos de 2006 ede 2004, houve crescimento da participação das pessoas comcarteira assinada nos domicílios que recebem benefícios em todas as regiões. No Norte, a expansão foide 36,1% para 40,1%; no Sudeste, de 54,2% para 58,3%; no Sul, de56,7% para 62,3%; no Centro-Oeste, de 48,4% para 55,2%, e no Nordeste,de 35,8% para 36,1%.