Área de Itaipu invadida por Ñandeva é imprópria para abrigar indígenas, diz técnico

28/03/2008 - 11h15

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba (PR) Curitiba (PR) - O coordenador do Programa de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas de Itaipu, Gilmar Secco, avaliou hoje (28),  a situação de 17 famílias da tribo de índios Ñandeva (cerca de 60 pessoas) que ocuparam, no último dia 17, uma faixa de preservação ambiental localizada à margem de reservatório da hidrelétrica binacional . “Eles estão numa área imprópria para abrigar indígenas, sem terras disponíveis para o plantio e vulneráveis a questões de segurança. Como a região fronteiriça tem problemas ligados ao contrabando, além de problemas de saúde, eles estão expostos a doenças como dengue, malária e febre amarela.”Esta é a segunda vez que os Ñandeva ocupam a área. De acordo com Secco, em outubro do ano passado, a Justiça Federal havia dado ganho de causa a Itaipu, que realocou os índios para a Terra Indígena de Marrecas, uma área com 18 mil hectares, no municípiode Turvo. “Isso significa que eles têm onde ficar. Lá, a Funai [Fundação Nacional do Índio] vinha assistindo as famílias com o fornecimento de cestas básicas e atendimento à saúde.”De acordo com Secco, a volta dessas famílias à região de Guaíra "foi uma desobediência àordem judicial”. Ele informou que a hidrelétrica vai pedir novamente à Justiça Federal a reintegração de posse daárea.