Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os auditores-fiscais da Receita Federal pretendem iniciar amanhã (25) uma operação-padrão na área de desembarque internacional do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, caso o governo não reveja sua posição e aceite as reivindicações da categoria. De acordo com o titular da delegacia do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) no aeroporto, Carlos Marconi, cerca de 70% das cargas importadas e a mesma quantidade da carga que deve ser exportada estão retidas. O desembarque de passageiros, no entanto, ainda não foi alterado no terminal. “Estamos evitando ao máximo chegar a esse extremo, mas do jeito que as coisa estão caminhando, acredito que não teremos como evitar. Aí será complicado, porque desembarcam em Guarulhos cerca de 12 mil pessoas por dia”, disse. Cerca de 70% dos auditores fiscais da Receita Federal do estado de São Paulo aderiram à greve que hoje (24) completa sete dias. Só estão mantidos os serviços essenciais, como a liberação de medicamentos, produtos perecíveis e inflamáveis. O delegado do Unafisco em São Paulo, Luiz Fuchs, informou que os auditores reivindicam salário igual ao dos delegados da Polícia Federal, já que na avaliação deles as duas categorias executam atividades de complexidade semelhante. O salário dos auditores fiscais é de R$ 13.500 e a categoria pretende elevação para R$ 19.699, o teto salarial dos delegados da Polícia Federal. “Os auditores têm o mesmo nível dos delegados da Polícia Federal e lidam com receita nacional. As duas atividades são estratégicas para o Estado. Parece-nos razoável igualar os salários. O governo está recuando em algo que já havia assumido”, afirmou Fuchs.No Porto de Santos e no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, são mantidos 30% dos auditores no trabalho. "Os setores prejudicados devem pressionar o governo para aceitar nossa proposta", disse o delegado do Unafisco em Santos, Wellington Clemente Feijó. Para o delegado em Campinas, Darcy Cesar Improta Júnior, os impactos maiores da greve só serão sentidos a médio e longo prazo.