Governador diz que faltou trabalho de prevenção da dengue no Rio

24/03/2008 - 20h03

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador Sérgio Cabral Filho admitiu hoje (24) que houve atraso na adoção de medidas contra a epidemia de dengue instalada no estado. Salientou, entretanto, que o trabalho de prevenção da doença  não cabe ao estado – é de competência municipal.

“No momento em que nós temos esse agravamento da situação, o estado não quer mais discutir o papel de cada um. O estado entra. Da mesma maneira, o governo federal”, afirmou, ao atribuir à falta de prevenção a atual situação de epidemia.

Ele lembrou que iniciativas como o Programa Saúde da Família, que efetua o primeiro contato com a população, permitiram a cidades como Campo Grande (MS) enfrentar uma epidemia de dengue no ano passado e hoje não registrar crise. No Rio de Janeiro, disse, o Saúde da Família “infelizmente não chega a 5% de cobertura, enquanto em outras capitais atinge índices acima de 70%”.

Depois de afirmar que não queria polemizar sobre culpados, Cabral garantiu que "o estado e o governo federal, unidos, e a prefeitura, enfrentaremos o problema". Hoje foram abertas as três primeiras tendas para hidratação de pacientes com dengue instaladas pela Secretaria Estadual de Saúde na zona oeste da capital..

“Essa é uma ação em função de uma emergência grave, de uma epidemia que a cidade enfrenta. Não é normal colocar 1.200 homens do Corpo de Bombeiros nas ruas da cidade trabalhando no combate aos focos da dengue. Essa é uma situação de absoluta emergência. O normal é um trabalho preventivo, com os agentes da saúde durante trabalhando na conscientização da população durante todo o ano”, destacou o governador.

E acrescentou que a população é a menos culpada pela situação: “Nós, autoridades, somos os principais culpados. Todos nós. Por isso, acho que não é hora de olhar para trás. Todos nós erramos em algum tempo. A hora é de arregaçar as mangas.”

Na avaliação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, as ações não demoraram a ser adotadas pelas autoridades da área: “A cada momento há uma resposta adequada. Eu acho que nós estamos dando uma resposta adequada no momento que estamos vivendo.”Sérgio Cabral Filho informou ainda que nos próximos dias serão abertos mais 90 leitos no hospital do subúrbio de Anchieta e disse que "a política não tem de ser a do disse-me-disse – a política é de combate ao mosquito transmissor".