Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu hoje (24) que o governo abra mão do sigilo dos gastos da Presidência daRepública com cartões corporativos. Este é oimpasse maior entre a oposição e a base aliada naComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dosCartões Corporativos.Em depoimento na semanapassada, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que osigilo está previsto em lei, o que inviabilizaria apossibilidade de abertura das contas.“Eu se fosse ogoverno abriria mão deste sigilo. Eu acho que o governolegalmente deve ter algum respaldo. Mas se eu fosse do governo,pudesse aconselhar o presidente, eu abriria mão”, afirmouGaribaldi Alves.O senador defendeu ascomissões parlamentares de inquérito como mecanismo dasoposições fiscalizarem as ações degoverno. “Não se pode, de maneira alguma, banalizar as CPIsou deixar que faleçam por inanição”, afirmou. O presidente do Senadoacrescentou que, se isso ocorrer, o Brasil será um dos poucospaíses do mundo que “deixará uma das maioresprerrogativas do Parlamento”.Garibaldi disse que nãocabe, num país como o Brasil, se ver diante de uma situaçãocomo a disputa entre governistas e oposição que ameaçao andamento das investigações da CPMI dos CartõesCorporativos.Amanhã, o PSDB eo DEM reúnem, separadamente, suas bancadas na Câmara eno Senado, para analisar as estratégias que adotarão nasessão de quarta-feira (26) destinada a apreciar uma sériede requerimentos de convites de autoridades e quebras de sigilos. Entre os requerimentosestá a solicitação ao Tribunal de Contas daUnião (TCU) que encaminhe à comissão o conteúdocompleto das investigações sobre o uso dos cartões,inclusive os da Presidência da República.