Dia de Combate à Tuberculose é lembrado em todo o mundo

24/03/2008 - 6h51

Débora Xavier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Hoje (24) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Lançada em 1982 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares, a data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença, que ocorreu em 24 de março de 1882.A descoberta do bacilo pelo pesquisador Robert Koch foi fundamental para o controle da tuberculose que, na época, vitimava grande parcela da população mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectada com o bacilo de Koch sem, contudo, desenvolver a doença.Em todo o mundo, a tuberculose mata mais que qualquer outra infecção curável. A cada dia, mais de 20 mil pessoas adoecem e 5 mil morrem vitimadas pelo mal que, tem sido considerado, desde 1993, uma emergência mundial. Os países em desenvolvimento registram 95% dos casos e 98% das mortes pela doença.De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Combate à Tuberculose do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira, no Brasil o problema é bastante sério. O país é o 16º em uma lista que reúne 22 nações com maior número de casos. A taxa de cura, de 77%, é considerada baixa. Na Índia, a taxa é de 85%; no Congo, de 85% e na China, de 94%. Por todos esses motivos, a partir de 2003, o governo tornou o enfrentamento à tuberculose uma das prioridades do Ministério da Saúde.O combate à doença, no qual foram investidos R$ 120 milhões até 2007, faz parte do Pacto de Gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A terapia padrão é totalmente gratuita.Para a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o índice de cura da tuberculose, quando o tratamento é realizado adequadamente, é de 95%. Entretanto, devido a problemas como a falta de diagnóstico e o abandono do tratamento, a tuberculose é a nona causa de hospitalização. Ocupa o sétimo lugar em gastos com internação pelo SUS e é ainda a quarta causa de mortalidade por males infecciosos. A doença manifesta-se de maneira oportunista em 15% dos portadores do HIV.“Desde a década de 50, por conta da introdução dos antibióticos, a tuberculose vinha em uma trajetória de queda bastante acentuada. Com a epidemia da aids, houve um ressurgimento da tuberculose nos países que já tinham a doença sob controle e um agravamento naqueles que não haviam controlado a infecção. Ou seja, em quase todos os países em desenvolvimento houve um recrudescimento da tuberculose”, afirmou Dráurio.Segundo ele, no Brasil, apesar de a epidemia de aids ter ocorrido de forma mais séria na década de 90, o número de casos de tuberculose não chegou a aumentar, contudo parou de cair, permanecendo com o aparecimento de 100 mil casos anuais durante toda a década. “Com a distribuição do coquetel contra aids para toda a população soropositiva, a tuberculose, a partir de 1998, retoma a trajetória de queda, decrescendo de 2,5% a 2,8% ao ano.“De toda maneira, é uma queda pequena, que não nos tranqüiliza. Queríamos ver cair muito mais. No ano passado, tivemos menos de 80 mil casos anuais, pela primeira vez. Mas é ainda um patamar muito alto e todo ano morrem no Brasil 5 mil pessoas com a doença. Considerando que é um mal de fácil diagnóstico, de fácil e barato tratamento e com alto índice de cura, não poderíamos ter nem esse número de casos e nem esse número de óbitos”, afirmou.