Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-secretário nacional Antidrogas eespecialista em crime organizado, Wálter Maierovitch, dissehoje (15), em entrevista à TV Brasil, que é uma“preocupação” o fato de uma operaçãoconjunta do Exército com a Polícia Civil do Amazonaster detectado ontem (14), pela primeira vez na PlanícieAmazônica, vários pontos de plantação decoca e um laboratório de produção de cocaína.As plantações foram encontradasperto da divisa com o Peru, a 150 quilômetros da cidade de Tabatinga (AM). “NoBrasil, não é só uma novidade como é umapreocupação. Porque o lado colombiano é a cidadede Letícia e o lado brasileiro é a cidade de Tabatinga.Não existe uma linha de fronteira controlada. As duas cidadespraticamente se encontram”, afirmou. Foi a primeira vez que seencontrou plantação de coca no Brasil, já que oclima aqui não é favorável ao plantio daespécie.Maierovitch explicou que a folha de coca éda região andina. A partir do momento em que ela sai da regiãoe entra no território brasileiro, pode ser uma estratégiade cartéis de migração da droga para outrasregiões. “Pode ser, dentro do campo da geo-estratégia,algo que os cartelitos colombianos já pensam. Porque o governoUribe já acenou para a política de derramamento, poraviões, de herbicidas, de veneno, em cima das áreas deplantio de folha de coca”, afirmou. Segundo Maierovitch, há mais de 15 anos, aregião de Tabatinga é a grande porta de entrada dacocaína que se dirige ao mercado europeu e ao mercadobrasileiro. “Tabatinga-Letícia é uma duplamão. Passa a cocaína e retornam os insumos químicos.Porque, para refinar a folha de coca, há necessidade de éter,acetona, enfim, insumos químicos que nenhum paísandino, Colômbia, Peru e Bolívia, possui”, disse.