Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Tabatinga (AM) - A descoberta deplantações de coca e de um laboratório decocaína na Amazônia, junto à fronteira do Brasilcom o Peru, foi possível graças a imagens de satélitee surpreendeu as forças de segurança da região.A área fica a cerca de 150 quilômetros ao sul deTabatinga (AM) e consiste em quatro clareiras abertas na mata, onde aplanta era cultivada e refinada.É a primeiravez que a coca é achada no país, pois trata-se de umaplanta de clima montanhoso. A explicação é do comandante do 8o Batalhão de Infantaria de Selva do Exército (8º BIS),tenente-coronel Antônio Elcio Franco Filho. Numa ação conjunta com a Polícia Civil do Amazonas, os homens do 8º BIS chegaram aos locais onde a coca era plantada.Segundo o tenente-coronel Franco Filho, outra planta utilizadapara fazer cocaína, o epadu, é mais comum na regiãoamazônica, mas tem menor poder de produção dadroga.A operação foi deflagrada ontem (14). Os militares do 8o BIS e os agentes da PolíciaCivil do Amazonas utilizaram três helicópteros epequenas embarcações para chegar ao local, próximoà margem do Rio Javari.A ação foi cercada de sigilo e anotícia só foi divulgada hoje (15) pelo Exército,que levou equipes de reportagem para conhecer o local, a bordo dedois helicópteros, em uma viagem de 50 minutos a partir deTabatinga.Os pés de coca estavam praticamente emponto de colheita. Em uma cabana, foi achado material utilizado norefino da droga. Ninguém foi preso, mas as investigaçõesprosseguem e os policiais e militares vão permanecer na regiãopara tentar identificar os responsáveis e descobrir se háoutros locais próximos servindo para o cultivo de coca.Duas barcaças do Exército, adaptadaspara servir como base flutuante, foram colocadas no Rio Javari, parafiscalizar os barcos que passam por ali.De acordo com o comandante do 8o BIS,tenente-coronel Antônio Elcio Franco Filho, é a primeiravez que a coca é achada no país, pois trata-se de umaplanta de clima montanhoso. Ele explica que outra planta utilizadapara fazer cocaína, o epadu, é mais comum na regiãoamazônica, mas tem menor poder de produção dedroga.“Nós acreditamos que seja um transgênicoou uma adaptação de uma planta que é dosaltiplanos andinos para a planície”, disse o militar. Nolaboratório, foram encontrados galões de ácidosulfúrico, sacos de cimento, cal e amônia. Dali, sairiaa pasta base da cocaína, que é contrabandeada pelosrios da região até cidades maiores, como Manaus, deonde segue para o resto do país ou exterior. Segundo o tenente-coronel Elcio, nos últimosdois anos, seu batalhão foi responsável pela apreensãode 472 quilos de pasta base, que rende quase 10 vezes mais volumequando é reprocessada.Para o delegado-geral da Polícia Civil doAmazonas, Vinícius Diniz, a descoberta demonstra que as forçasde segurança brasileiras estão atentas aos movimentosdos traficantes de outros países.“Eles tentam criar coisas diferentes, mas aintegração das forças tem um resultado positivo.Nós estamos conseguindo mostrar para eles que a nossa regiãoé protegida e, com a união das inteligências [doExército e da Polícia Civil], nós chegamos aoêxito desta operação”, disse Diniz.