Hugo Costa e Cilene Figueredo
Da Agência Brasil
Brasília - Agricultoresestão ansiosos para iniciar a produção deespécies de milho transgênico, afirma o presidente daAssociação Brasileira dos Produtores de Milho(Abramilho), Odacir Klein. Na última terça-feira (4),decisão do Tribunal Regional Federal da 4º Regiãode Porto Alegre manteve a liberação para o comércioda espécie modificada LibertyLink.Opresidente avaliou que a medida traz impactos positivos para osprodutores. Um deles seria a diminuição no custo daprodução, porque, disse, as sementes transgênicassão mais resistentes a determinados agentes externos,resultando um uso menor de defensivos agrícolas e um efeitoambiental melhor.“Este ano,no Sul do país, teve uma praga chamada lagarto-do-cartucho,principal inimigo do milho. Essa lagarta prejudicou sensivelmente omilho produzido por sementes convencionais. O milho produzido porsementes transgênicas é resistente a determinados tipode pragas”, acrescentou Klein, em entrevista à RádioNacional.Segundo oresponsável pela Abramilho, a produçãobrasileira tem potencial para crescer. Ele destacou a grande demandamundial, principalmente na Ásia, e disse que o paísprecisa modernizar suas técnicas agrícolas. “Éfundamental que nós tenhamos condições decompetitividade com outros países bem mais adiantados que nós,na produção desse grão, como nos Estados Unidose Argentina.”No iníciodo ano, liminar judicial que impedia a Comissão TécnicaNacional de Biossegurança (CTNBio) de liberar qualquervariedade de milho transgênica foi suspensa pela desembargadoraMaria Lúcia Luz Leiria. Na decisão, a magistradadestacou que a decisão causaria prejuízos e atraso nocomércio do produto.A liminarque proibia a liberação havia sido deferidaparcialmente pela juíza federal Pepita Durski Mazini. Elaacatou com ressalvas a ação movida por quatroentidades – Assessoria e Serviços a Projetos em AgriculturaAlternativa (AS-PTA), Associação Nacional de PequenosProdutores, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e aOrganização Civil pelos Direitos Humanos –, que apontavam riscos à saúde dos consumidores e falhas no processo de liberação. Ao decidir, ajuíza afirmou que os estudos não abarcaram os possíveis impactosnas Regiões Norte e Nordeste.Com adecisão, o comércio do LibertyLink, de responsabilidade daempresa Bayer, ficava proibido e a CTNBio era obrigadaa exigir de produtores a elaboração de medidas paragarantir que as variações transgênicas nãoameaçassem a existência de variedades orgânicas,convencionais e ecológicas do vegetal. Pedidos para impedir acontinuidade da comissão e que incluíam outra empresaforam indeferidos.A CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab) prevê a colheita de 53milhões de toneladas de milho na safra deste ano.