Expansão global requer empresas brasileiras fortes no exterior, diz técnico

09/03/2008 - 18h34

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Osinvestimentos brasileiros diretos no exterior totalizaram no anopassado US$ 29,563 bilhões, revelando continuidade datendência de alta observada no ano anterior, quando somaram US$29,331 bilhões. A compra da empresa canadense Inco pela Valepor US$ 17 bilhões teria contribuído para o resultadoem 2006.

A assessoria de imprensa do BancoCentral acredita que os valores permanecerão elevados em 2008.Somente em janeiro deste ano, os investimentos brasileiros diretos noexterior alcançaram US$ 3,138 bilhões, contra US$ 2,030bilhões em igual mês de 2007.

De acordo com dados do BC, osinvestimentos brasileiros diretos no mercado internacionaltotalizaram US$ 3,234 bilhões em 2000, subindo para US$ 11,094bilhões em 2004, para cair para US$ 4,032 bilhões noano seguinte.

O Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social acredita que o processo deinternacionalização das empresas brasileiras nãosofrerá descontinuidade. Em entrevista à AgênciaBrasil na última semana, o assessor da Presidência doBNDES, Carlos Gastaldoni, disse que a estratégia deinternacionalização é um tema que o banco vempriorizando há cerca de cinco anos.

“E o foco de atuação dobanco é que o país precisa ter empresas fortesinternacionais. O mercado global cada vez é mais intenso emaior. Então, cada vez mais as fronteiras diminuem e essaatuação internacional se torna mais importante”.

Segundo Gastaldoni, as empresasbrasileiras têm que estar permanentemente focadas no mercadoglobal e em atuação internacional, para que possam seinserir em melhores condições de competitividade.

O BNDES já apoiou com esseobjetivo específico quatro empresas brasileiras em processosde internacionalização, em operaçõesaprovadas na Linha de Investimento Direto Externo, criada em junho de2005.

Uma delas é a Friboi(JBS) paraaquisição de 75% da Swift Armour, na Argentina, comfinanciamento de US$ 80 milhões e, posteriormente, com aportede R$ 1,463 bilhão para aumento de capital da empresa.

Outra beneficiada é aCooperativa Agroindustrial LAR, com recursos de R$ 6 milhõespara implantação de duas unidades armazenadoras noParaguai.

A CPM, do setor de software, recebeuapoio para montagem de estrutura comercial e de vendas nos EstadosUnidos, com investimentos de R$ 3,68 milhões; e a Itautec, queteve parte do financiamento total de R$ 142,6 milhõesdestinado à compra de uma empresa distribuidora de produtos deinformática nos Estados Unidos.

Carlos Gastaldoni enfatizou,entretanto, que o apoio mais importante do BNDES para ainternacionalização de empresas são as linhas deapoio societário. “Quando o banco entra em operaçõesde sua subsidiária BNDES Participações (BNDESPar),essa é a forma mais fácil que ele tem de apoiarprocessos de internacionalização”.

Ele afirmou, por outro lado, que muitasvezes um instrumento de capital não é suficiente ou nãoé o que a empresa deseja para esse processo deinternacionalização. Então, o banco criou umalinha de financiamento para complementar esse tipo de ação.