Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O “desvio” dos recursos preocupa oConselho Nacional de Saúde, segundo o presidente da entidade, Francisco Batista Junior. Ele afirmou que a entidade que já vemapontando há algum tempo a necessidade de rediscutir ofinanciamento da saúde.Batista Junior fez deu as informações ao comentar dados de umestudo divulgado no início do ano pelo Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Núcleo deAssuntos Estratégicos da Presidência da República,que avaliou os gastos sociais federais considerando a políticaeconômica adotada no país.Segundo o estudo, de 1995 a 2005, osgastos do governo federal com saúde passaram de R$ 28,7 para R$ 35,9 bilhões, descontados já descontados osefeitos da inflação, mas caíram de 1,79% para 1,59%.”O superávit[superávit primário, a economia que o país fazpara pagar juros da dívida]estabelecido pela área econômica do governo drenarecursos que poderiam ser investidos na área social e infelizmente não estão sendo. Isso deve ser repensadopara termos mais recursos aplicados na área social,principalmente na saúde”.De acordo ele, no ano passado, o governo gastou,em três meses, com o pagamento da dívida interna, o mesmo queinvestiu em saúde durante o ano todo e essa opçãosignifica para o cidadão “falta de atendimento e qualidadede vida comprometida”.Na avaliação de Batista Junior, osrecursos deveriam ser empregados para fortalecer a rede públicaestatal, principalmente na área de prevenção,com a implantação e aparelhamento de centros de saúdeque custam bem menos do que bancar serviços de altacomplexidade, hoje oferecidos por meio de contrataçõesna rede privada.“O poder público estácompletamente refém dos grupos privados contratados que exigemvalores cada vez mais condizentes com a lógica do capital, porisso a tendência é o financiamento ficar cada vez maisinsuficiente. Ou nós passamos defender o fortalecimento e areestruturação do sistema estatal para diminuir adependência do setor privado contratado ou o sistema vai serinviabilizado”, argumentou.A Agência Brasil procurou oMinistério da Saúde paracomentar os dados do estudo, mas foi informada de que ele nãoiria se pronunciar sobre o assunto.