Thatiana Amaral
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Oito pessoas foram presas em uma operação, deflagrada namadrugada de hoje (21), pela Polícia Federal do Rio paradesarticular uma quadrilha de fraudadores da Previdência Social. A estimativa é de que aquadrilha tenha dado um prejuízo de R$ 6 milhões aos cofres públicos.Segundoa polícia, a quadrilha era composta por quatro advogados e dois agenciadores queatuavam em todo o interior do estado. Dois desses advogados são filhosde um juiz de Niterói. A fraude consistia em aliciar pessoas que se faziam passar por trabalhadores rurais. Por meio da documentação dessas pessoas, aquadrilha conseguia obter benefícios na Justiça pelo suposto trabalho no campo.Aquadrilha atraía novas pessoas por meio de cartazes e carros de som queanunciavam uma ação social do governo federal, e depois as instruíam aprestar declarações falsas para conseguir judicialmente o benefício.Segundoo superintendente da Polícia Federal no Rio, Valdinho Jacinto Caetano,o lucro da quadrilha era resultante do recebimento dos pagamentosatrasados dos supostos trabalhadores ou de parte do valor ganho nasações. “Eles pleiteavam os atrasados. Estes atrasados remontavam a 2 ou3 anos. E tudo isso era conseguido para estes advogados. Não raro haviatambém entre eles um contrato tácito no qual os advogados ficavam com 10 ou 15 prestações”, disse.De acordo com ele, as investigações apontam ainda que a quadrilha entrou com pelomenos 1,2 mil ações. Ainda não há previsão de quantas pessoas teriam sidoaliciadas. Já foram expedidos e cumpridos oito mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão. Outras detenções podemocorrer após a análise da documentação apreendida.Ossuspeitos estão sendo acusados de formação de quadrilha, falsidadeideológica, uso de documentos falsos e falso testemunho. As penas podemchegar a 23 anos e oito meses de prisão. A operação ganhou o nome de Kabuf, uma das expressões usadas nas conversas monitoradas entre ossuspeitos, e contou com a participação de 50 policiais federais.