Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes da indústria brasileira de defesa e segurança e do governo começaram a definir, em reunião hoje (21), uma estratégia nacional que oriente o setor privado, incentivando a inovação e a competitividade na cadeia produtiva.
O encontro faz parte dos esforços da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) para elaborar um plano setorial com o diagnóstico e as possíveis soluções para os problemas dessa indústria. O diretor da agência, Evando Mirra, disse que o objetivo é apresentar, a partir da indicação dos especialistas, uma “visão do que seria interessante para o Brasil em termos de infra-estrutura e formas de trabalho voltados para a indústria da defesa”.
Segundo ele, “em uma democracia, existe um esforço de entendimento entre sociedade civil e as Forças Armadas, de tal forma que, no interesse maior do país, se procure uma convergência de objetivos e de estratégias”.
Mirra informou que o plano setorial poderá servir de subsídio para a elaboração do Plano Nacional Estratégico de Defesa, a cargo de um grupo interministerial coordenado pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger. “A visão deste grupo [reunido pela agência] é apenas a da indústria da defesa e de suas ressonâncias. Já a missão do grupo interministerial encarregado de fazer o Plano Estratégico de longo prazo é muito mais ampla. Se o Plano [do governo] já estivesse pronto, ele seria nosso balizamento”, disse.
Para o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), general Joélcio de Campos Silveira, o encontro visa a reunir forças que, segundo ele, estão hoje dispersas: “As Forças Armadas precisam se unir e nós precisamos ter apoio de financiamentos, apoio do governo.”
Responsável por elaborar o plano setorial para a indústria, a diretora da Abdi, Rosane Argou, lembrou que "quando tratamos de defesa, no país, falamos de como possibilitar que as Forças Armadas tenham mais e melhores condições de atender, por exemplo, a quem mora lá no meio da Amazônia, em áreas de difícil acesso".
Participaram do encontro representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Defesa; da Ciência e Tecnologia; da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)