Disputa sobre sede da TV pública divide bancadas do Rio e do Distrito Federal

21/02/2008 - 21h54

Iolando Lourenço e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A maior polêmica a serdecidida pelos deputados na próxima segunda-feira, na votação da MP quecria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), também conhecida comoTV pública, é onde será fixada a sede da empresa. Essa questão divide asbancadas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal. A primeira quermanter o texto original, enquanto a segunda defende a mudança dasede para Brasília. O texto original daMP, mantido pelo relator Walter Pinheiro (PT-BA), prevê que a sede seja no Rio de Janeiro, com escritório central emBrasília. Três destaques apresentados à matéria propõem que a sede sejaem Brasília, podendo ter representações em todos os estados. O primeiro destaque a ser votadoé da bancada do PR, assinado pelo vice líder do partido, JofranFrejat (DF). Se for aprovado, os demais destaques que tratam damatéria serão prejudicados e não irão a votação. Caso seja rejeitado,a votação seguinte será de destaque assinado por todos os deputados.Ele propõem a sede da empresa em Brasília, escritório central no Rio deJaneiro e possibilidade de representação em todos os estados. O líder do PT na Câmarados Deputados, Maurício Rands (PE), considera esse destaque como o maispolêmico. "Ele divide a base aliada, mas estamosconstruindo um caminho intermediário para resolver esse impasse",afirmou. Rands também considera haver divergências em relação àformação do Conselho Curador e do modo de financiamento da empresa. Já o líder do DEM,Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), liberou a bancada para votar deacordo com a convicção de cada deputado. "Esse assunto divide abancada. Para nós, a votação do financiamento é o ponto mais importantee a votação tem que ser nominal", afirmou. O ex-líder pedetistaMiro Teixeira (RJ) encabeça os defensores do texto original, queestabeleceu a sede no Rio de Janeiro. Ele argumenta que no Rio seconcentra a maior produção jornalística e cultural no ambiente público."O Rio de Janeiro é um grande centro de produção cultural do Brasil.Aí, pega-se uma contradição enorme daqueles que defendem a mudança paraBrasília. Eles dizem que a TV não é pública [estatal]. Se ela não é pública, então não tem que ser na capital [federal]", explicou.Representadoa bancada do DF, o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB) rebate oargumento de Miro Teixeira sobre a produção cultural seconcentrar na capital carioca. "Um dos grandes objetivos da TV públicaé a desconcentração da produção cultural do eixo Rio-SãoPaulo. A localização em Brasília contribuirá para este objetivo".