UNE pede a ministro providências com relação à compra de universidades por grupos estrangeiros

21/02/2008 - 20h04

Daniel Mello
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) se reuniram hoje (21) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para pedir providências com relação à compra de universidades por grupos estrangeiros e a garantia de manutenção dos recursos para a educação.Segundo a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, a venda de grandes universidades, como a Anhembi Morumbi e as Universidades Anhanguera (no estado de São Paulo), para investidores estrangeiros pode causar prejuízos ao país. “Nós acreditamos e somos favoráveis ao processo que se chama internacionalização da educação que é essa cooperação que já acontece entre universidades de outros países e universidades brasileira. O que nós da UNE e da UBES [União Brasileira dos Estudantes Secundaristas] somos contra é a desnacionalização, quando o capital da universidade deixa de pertencer ao Brasil e passa a responder aos interesses financeiros de grupos de fora do Brasil”, declarou. De acordo com ela, o ministro se comprometeu a estudar uma maneira de evitar esse processo.A respeito dos investimentos federais em educação, a presidente da UNE disse que “o ministro garantiu que não vai haver nenhum tipo de corte no orçamento de 2008 [para a educação], nos garantiu que todo o processo de expansão previsto no REUNI [Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais] e o financiamento do ensino básico previsto no Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] vão continuar”.Outro tema da reunião foi a atuação das fundações que apóiam universidades públicas. “O caso recente da UnB [Universidade de Brasília] deixa claro que nós necessitamos regulamentar as fundações privadas que existem dentro das universidades públicas”, afirmou a presidente da UNE. A Fundação deEmpreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à UnB, está sendo investigada por supostos gastos irregulares, inclusive pelo desembolso de R$ 470 mil para compra de móveis e utensílios domésticos para o apartamento funcional que era ocupado pelo reitor da universidade, Timothy Mulholland. Lúcia Stumpf informou ainda que na segunda quinzena de março deverá haver uma reunião entre representantes do movimento estudantil, do governo federal e os reitores das universidades para discutir o assunto.