Protocolo de Quioto não pode ser peça de ficção e ficar esquecido na gaveta, diz Lula

21/02/2008 - 16h35

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva defendeu hoje (21) que o Protocolo deQuioto não seja“uma peça de ficçãoassinada e esquecida pelos países na gaveta”. “Émuito fácil assinar documento e depois esquecer na gaveta, etambém é muito fácil alguns países, quesão os maiores poluidores, tentarem transferir aresponsabilidade de cuidar do planeta aos países pobres”,afirmou Lula, ao discursar no Fórum de Legisladores do G8(grupo que reúne os sete países mais industrializados ea Rússia) e países emergentes sobre mudançasclimáticas.Luladisse que os países ricos não cumprem os protocolosinternacionais de meio ambiente. “Os protocolos internacionais sóservem para os países pobres cumprirem. Os ricos nãoquerem cumprir e, com a maior desfaçatez, arrumam argumentopara não cumprir.” Auma platéia formada por representantes de diversas nações,Lula afirmou que os países poluidores têm que dar umacontrapartida para que as nações pobres preservem omeio ambiente. “Como poderemos pedir aos países pobres quefaçam o sacrifício que os outros não fizeram,sem que haja contrapartida econômica para que as pessoaspercebam que preservar o meio ambiente lhes garantirá meios desobrevivência e renda?”, questionou. Aofalar dos biocombustíveis, o presidente reafirmou que asplantações para produção dessa fonte deenergia não irão ocupar áreas destinadas àprodução de alimento, nem desmatar a Amazônia.“Dizíamos [ao iniciar o projeto], com váriosdocumentos, que era impensável imaginar que iríamosocupar ou a área amazônica para produzir biocombustíveisou que iríamos substituir a  produção dealimentos.” OProtocolo de Quioto é umtratado internacional com compromissos mais rígidos para aredução da emissão dos gases que provocam oefeito estufa, considerados, de acordo com a maioria dasinvestigações científicas, causa do aquecimentoglobal.