Parlamentares do G8 recomendam redução de tarifas para biocombustíveis

21/02/2008 - 19h00

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A revisão dastarifas comerciais dos biocombustíveis será uma dasrecomendações que um grupo de legisladores do G8 (grupodos países mais industrializados e a Rússia) e maiscinco economias emergentes levarão aos chefes de Estado dogrupo em julho, no Japão. A recomendação integrao documento sobre biocombustíveis da proposta contra a mudançaclimática, que os legisladores apresentarão aosgovernantes das maiores economias mundiais. “As tarifas sobrebiocombustíveis têm que ser revistas com urgência,para encorajar países que têm vantagem comparativa naprodução desses combustíveis”, aponta odocumento, aprovado hoje (21) durante o fórum da Globe -Organização Mundial de Legisladores para um AmbienteEquilibrado. A medida pode favorecera exportação do etanol brasileiro. Em dezembro, osEstados Unidos e a União Européia deixaram ocombustível de cana-de-açúcar de fora de umalista de 43 produtos ambientais que teriam tarifas comerciaiseliminadas, apresentada à Organização Mundial doComércio (OMC). A recomendaçãofoi ratificada pelas delegações da UniãoEuropéia e dos Estados Unidos, que atualmente têmbarreiras para importação do etanol de cana. NosEstados Unidos, por exemplo, o álcool brasileiro étaxado em 2,5% e está sujeito a barreiras tarifárias deUS$ 0,50 por barril. O país é um dos grandes produtoresmundiais de etanol à base de milho. O documento doslegisladores do G8+5 reconhece “a liderança do Brasil nodesenvolvimento de biocombustíveis, que já éparte significante da matriz energética do país” edestaca que a experiência brasileira é valiosa paraoutras nações.Além da revisãotarifária, o texto recomendará aos líderes do G8mais incentivos a países em desenvolvimento, “por meio deorganismos multilaterais ou ajuda bilateral”, para estimular novosinstrumentos de financiamento e oportunidades do uso debiocombustíveis para viabilizar o crescimento econômico.Um sistemainternacional de certificação e o monitoramento dosimpactos da produção de biocombustíveis sobre opreço dos alimentos e o uso da terra também estãoentre as diretrizes que os parlamentares levarão aos chefes deestado do G8.