Indústria quer apoio para produzir equipamentos nas áreas de defesa e segurança

21/02/2008 - 21h41

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria brasileira quer aumentar suas vendas para as Forças Armadas brasileiras e, com incentivo governamental, também aumentar as exportações. "Parece-nos que agora é o momento oportuno para se dar maior apoio a esses materiais e equipamentos", disse o general Joélcio de Campos Silveira, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), em referência à prioridade demonstrada pelo governo com a criação de grupo interministerial para elaborar o Plano Nacional Estratégico de Defesa, a ser apresentado em setembro. “Tenho a impressão de que este plano vai nos beneficiar. A indústriaainda não está colaborando, mas eu tenho certeza de que vaiparticipar”, disse, ao informar que cerca de 30 mil pessoas trabalham em atividades ligadas à área de defesa e que o setor produtivo se caracteriza pela diversidade, ao fabricar mais que armas e munições. “São mais de 30 itens, que incluem uniformes, coletes, binóculos, alimentos, pára-quedas, não é só mercadoria da morte. Há material que traz benefícios para a população civil, além de divisas para o país”, disse.

O general lamentou, contudo, o pequeno volume de exportações, inclusive de mísseis, lançadores de foguetes e uniformes: "A indústria não vende hoje nem para o próprio país. Já tivemos um período muito favorável, há uns 20 anos, quando chegamos a exportar cerca de US$ 1 bilhão ao ano. Hoje, se estivermos na faixa de US$ 400 milhões, é muito”.

Para Silveira, o governo deveria contribuir com a destinação, às Força Armadas, de um orçamento que permita a compra de equipamentos e suprimentos de empresas brasileiras. “O Exército, a Marinha e a Aeronáutica não estão recebendo verba suficiente e no âmbito sul-americano já não somos os primeiros em termos de equipamentos. No exterior, a primeira pergunta dos compradores é se as tropas brasileiras consomem o material nacional. Como não consomem, perdemos um pouco do crédito”, disse.

O general participou hoje (21) de reunião realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a fim de diagnosticar possíveis problemas, indicar soluções e definir um plano estratégico para a indústria.

Em novembro passado, ao visitar cinco das principais indústrias brasileiras do setor, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou que é necessário ter uma indústria forte e diversificada para evitar uma dependência excessiva do exterior, o que pode comprometer a operacionalidade das Forças Armadas em momentos de crise.