Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do TimorLeste pediu hoje (21) a prorrogação do estado de sítio em vigor no país, durante reunião extraordinária doConselho de Ministros.Depois dos ataques aoprimeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e aopresidente e Prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta,internado em Darwin, na Austrália, foi decretado o estado desítio no Timor, com recolher obrigatório entre as20h e as 6h. A medida estará em vigor até o próximodia 23."A situaçãode calmaria que o país tem vivido nos últimos dias nãopode fazer esquecer que os elementos do grupo que atentou gravementecontra a ordem constitucional democrática do Timor Lestecontinuam à solta e impunes", afirma em comunicado o 4ºGoverno Constitucional."A liberdade desse grupo criminoso prolonga uma situaçãode ameaça muito séria aos órgãos desoberania e à população em geral que nãopode nem deve continuar", diz o comunicado ao explicar osmotivos do pedido do governo liderado por Xanana Gusmão aopresidente da República interino, Fernando "La Sama"de Araújo.Segundo o comunicado, as autoridades policiais e militares, com o apoio do Judiciário, têm realizado operaçõesde busca dos integrantes do grupo e de seus cúmplices.Essas operações devem ser mantidas ainda por algumtempo para acabar com a ameaça. O comunicado não define por quanto tempo o estado de sítio deve ser prolongado. Um grupo liderado peloex-tenente Gastão Salsinha, depois da morte do major AlfredoReinado, está foragido desde 11 de fevereiro, data doatentado.O presidente do TimorLeste continua internado em recuperação. Segundo aAgência Lusa, ele pergunta pela família e amigos, masainda não falou sobre o ataque que sofreu em 11 de fevereiroem Dili. O Royal Darwin Hospital informou, no último boletim médico, que Ramos-Horta "acorda lentamente da sedaçãoe disse algumas palavras aos familiares".Os médicos dizemtambém que o presidente deverá continuar na Unidade de Tratamento Intensivo e provavelmente serásubmetido a "outra cirurgia menor". Ramos-Horta passou por uma primeira intervenção ainda em Dili e já foi operado quatro vezes no hospital deDarwin.Segundo a Agência Lusa,os médicos australianos têm se mostrado confiantes narecuperação do presidente. Eles admitem que Ramos-Horta pode ter alta do hospital em três semanas e que a recuperaçãototal se dará em um prazo de seis meses.