Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ana Virgínia Sardinha, brasileira presa em Portugal sob aacusação de ter matado seu próprio filho, já está sendo julgada eaguarda decisão de juízas portuguesas, que vão dizer se ela é culpadaou inocente da morte do filho, Leonardo. Atualmente, ela está numhospital prisional, para onde foi depois de alegar ter sido vítima demaus-tratos por parte das presas com quem dividia cela. Ana Virgínia está presa desde o dia 5 de julho de 2007.De acordo com uma das testemunhas de defesa ouvidas na últimasexta-feira (15), o procurador-geral de Justiça do estado da Bahia,Lidivaldo Brito, já foram ouvidas Ana Virgínia, as testemunhas deacusação, uma médica legista da Bahia, estado-natal da acusada, duasirmãs da acusada e o pai do menino falecido.Ainda serão ouvidos dois médicos portugueses, um psiquiatra e umneurofisiologista. Ambos concordam com o laudo da médica baiana, de queo medicamento contra convulsões dado por Ana Virgínia ao filho não életal e a dose não poderia sequer causar efeitos colaterais no garoto.O procurador-geral explica que a tese da médica brasileira e dos doisportugueses é de que "na verdade a causa mortis foi em razão de umaconvulsão que a criança teve, já que ele era portador de uma doençadenominada eplepsia benigna infantil e também quando ele morreu estavacom uma amidalite purulenta, então os médicos sustentam queprovavelmente ele teve uma febre e que isso desencadeou uma convulsão",afirmou, em entrevista à Agência Brasil.No dia 15 de março será ouvido o rapaz com quem a brasileira viveu por cerca de duas semanas em Portugal.Segundo Lidivaldo Brito, o tratado firmado entre os dois países dizque Ana Virgínia não poderia ser enviada para o Brasil antes dojulgamento, pois o caso e a acusação foram registrados em soloportuguês. No entanto, caso seja condenada, ela poderá cumprir pena noBrasil.O procurador diz que houve uma demora significativa na comunicação docaso às autoridades brasileiras e à família. "A família só soube dosfatos algum tempo depois. Eu também, ao ser ouvido, relatei que fui euque avisei a embaixada brasileira em Lisboa, as autoridadesdiplomáticas brasileiras ainda não tinham sido comunicadas da prisãodela cerca de 15 dias depois da ocorrência do fato", diz Brito.O filho de Ana Virgínia morreu no dia 5 de julho de 2007, mesmo dia em que a brasileira foi presa. A acusaçãoformal contra ela - que teria provocado a morte do filho com uma dose excessiva de remédios - só foi feita no mês passado. Brito diz que oresultado do julgamento vai depender da apreciação dos laudos técnicos."Tudo é possível. É bom ressaltar que ela é uma pessoa com boaformação, estudou em colégios religiosos e se formou em administraçãode empresas, é uma pessoa que acreditou que poderia constituir um novorelacionamento com uma pessoa em Portugal, esse relacionamento não deucerto e tudo aconteceu infelizmente dessa forma", completa.