Crise nos Estados Unidos pode repercutir no Brasil, avalia professor

24/01/2008 - 0h13

Renata Pompeu
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma crise mais concretanos Estados Unidos afeta diretamente quase todos os países domundo, incluindo o Brasil. A avaliação é doprofessor Frederico Jaime Júnior, chefe do Departamento deEconomia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).“Com certeza, se osEstados Unidos entrarem em recessão, não só oBrasil, mas todos os países emergentes e europeus vãosofrer com isso, porque os Estados Unidos sãoum dos principais demandantes de produtos do mercado mundial”,afirmou, em entrevista à Agência Brasil.A ameaça derecessão nos Estados Unidos é causada por uma crise nomercado imobiliário do país. A grande inadimplênciado setor iniciou grandes preocupações com a viabilidadedas hipotecas de alto risco. Jaime Júniorexplicou que se os Estados Unidos diminuírem as importaçõesde outros países, como a China, o Brasil vai ver suasexportações desacelerarem. “Mas ainda não dápara ter uma visão clara do efeito dessa crisenorte-americana”, completou.A Bolsa de Valores deSão Paulo (Bovespa) já sofre com a ameaça darecessão. Ontem (23), a Bovespa fechou com baixa de 3,32%,acumulando perda no ano de 15,11%. Até agora, calcula-se quejá saíram R$ 4,5 bilhões em capital externo.Mas quem nãoinveste em ações também não está asalvo dos efeitos de uma recessão norte-americana. O professorexplica que será difícil manter as taxas de crescimentoprevistas para 2008 no Brasil se o mercado norte-americano nãoreagir.O principal efeito paraos trabalhadores é a diminuição no númerode empregos, com conseqüente aumento do desemprego. “Umaeventual queda no crescimento tem impacto direto no emprego. Commenos emprego isso vai afetar o cidadão comum porqueeventualmente parte destes cidadãos poderá vir a perdero emprego”, afirmou.