Bruno Bocchini*
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A advogada Carla Domenico disse na noite de hoje (23) que, em interrogatório ocorrido à tarde, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares reafirmou a versão que já apresentara sobre o caso conhecido com mensalão. No processo, ele é acusado de formação de quadrilha e de corrupção ativa. Domenico acompanhou o depoimentoSegundo ela, Delúbio não respondeu às indagações do Ministério Público Federal ou às dos advogados que compareceram ao Fórum Criminal Federal da 2ª Vara. Ele chegou ao local às 14h35 e saiu às 21h45. O advogado do ex-tesoureiro, Celso Vilardi, informou que o depoimento de hoje repetiu os termos já apresentados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou omensalão, mas acresceu uma parte técnica – a negação da acusação de corrupção ativa e de formação de quadrilha.“Na CPI não havia acusações. Hoje, existem duas acusações materializadas, que estão na denúncia, e ele efetivamente respondeu a essas acusações”, disse Vilardi. O advogado acrescentou que devido a um critério da defesa Delúbio Soares não respondeu às questões do Ministério Público Federal e dos advogados: “O interrogatório é um ato de defesa e as perguntas necessárias foram feitas pelo juízo.”Delúbio foi interrogado pela juíza federal Sílvia Maria Rocha e pelos procuradores federais José Alfredo de Paula Silva e Rodrigo de Grandis.A existência de um esquema que seria conhecido como mensalão foi denunciada em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A denúncia contra os 40 acusados foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República em 2006, acatada pelo tribunal em agosto do ano seguinte e convertida em ação penal em 12 de novembro. Entre os réus estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação Institucional), o empresário Marcos Valério de Souza e o publicitário Duda Mendonça, além de deputados e ex-deputados.