Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cinco pessoas foram indiciadas como responsáveis pelo desmoronamento de parte da arquibancada do Estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA), que matou sete pessoas em novembro do ano passado. Essa foi a conclusão do inquérito policial coordenado pela delegada Marilda da Luz, da Polícia Civil da Bahia. O diretor geral da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares, o ex-jogador Bobô; o diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Virgílio Elísio da Costa Neto; o presidente do Esporte Clube Bahia, Petrônio França Barradas; e o presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues Gomes foram indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar). O diretor de operações da Sudesb, Nilo dos Santos Junior, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção). Os cinco também foram indiciados por lesões corporais e foram apontados como responsáveis pela queda de parte da arquibancada do estádio. De acordo com adelegada, os indiciados assumiram o risco. O primeiro laudo da períciaindicou que não havia manutenção na estrutura das arquibancadas.No inquérito, encaminhado hoje (23) ao Tribunal de Justiça do estado, a delegada sugere que seja apurada a responsabilidade da juíza Lícia Pinto Fragoso Modesto, da 2ª Vara de Defesa do Consumidor. Isso porque ela não deu qualquer resposta às nove petições encaminhadas pelo Ministério Público Estadual, pedindo a interdição do estádio. A primeira petição foi encaminhada em janeiro de 2006.Em nota, Raimundo Nonato, diretor geral da Sudesb, afirmou estranhar a conclusão da delegada e disse que vai acompanhar “com tranquilidade” a análise do inquérito pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça. “Até o momento não há correspondência entre os elementos dos fatos então apurados sobre o incidente da Fonte Nova e a conclusão do inquérito presidido pela delegada”, afirmou.O presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, também se mostrou surpreso coma conclusão do inquérito. Segundo ele, logo após uma reunião com adelegada em dezembro, na qual entregou 17 pastas com mais de 600documentos, incluindo laudos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar eVigilância Sanitária, atestando que o estádio estava em condiçõesnormais, Marilda da Luz afirmou não ver a federação como culpada, masapenas como uma intermediária da CBF.“A federação ficou tranqüila, achando que tava tudo ok com osesclarecimentos que nós prestamos”, afirmou, em entrevista à AgênciaBrasil.