Oficiais da PM planejam passeata em praia do Rio por melhoria salarial

23/01/2008 - 20h15

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Insatisfeitos com seus salários, oficiais da Polícia Militar planejam levar no domingo (27) centenas de pessoas a passeata na Praia de Ipanema, zona sul da cidade. A manifestação é para cobrar promessa de campanha do governador Sérgio Cabral e a proposta foi defendida hoje (23) pelo presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro (AME-RJ), coronel Dilson Ferreira Andrade.Ele explicou que o objetivo é a equiparação salarial com os policiais civis, que chegariam a ganhar o dobro de um PM, em funções equivalentes: um coronel em final de carreira receberia cerca de R$ 5,5 mil e um delegado, perto de R$ 12 mil. “Nós queremos que o governador sinalize, objetivamente, que vai cumprir essa promessa [de equiparação salarial], até o final de seu governo”, disse Andrade. Por meio de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Segurança do Estado afirmou que o direito de manifestação é livre, desde que os oficiais não extrapolem os limites de respeito às instituições e evitem excessos. Como exemplo, citou os cometidos por policiais civis, que em agosto do ano passado chegaram a pedir esmolas em sinais de trânsito, durante protesto por melhores salários. Informou ainda que, por enquanto, não há recursos para conceder aumento salarial aos oficiais. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse não ver motivos para a manifestação, pois vem lutando por recursos, junto com o governador, para atender à categoria. “Acho que isso não pega bem para uma instituição como a PM, mas é um direito que eles têm e não vivemos mais no tempo da mordaça”, afirmou.A manifestação na Praia de Ipanema será definida amanhã (24), em reunião na sede da associação dos oficiais, e dependerá da resposta do governo estadual às reivindicações da categoria. Segundo o presidente da AME-RJ, são cerca de 6 mil oficiais na ativa, de tenentes a coronéis, além de 3 mil bombeiros. A esse contingente soma-se o de oficiais inativos, chegando a um total de 18 mil militares que seriam beneficiados com o aumento salarial.