Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - São Paulo foi o estado que mais gerou empregos com carteira de trabalho assinada no Brasil em 2007. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o estado gerou 611.539 postos de trabalho, de um total de 1.617.392 no país.Na região metropolitana de São Paulo, que abrange 39 municípios, houve a criação de 355.697 empregos, mais que toda região Sul do país (300.315). Outros estados que tiveram destaque na geração de empregos foram Minas Gerais (168.398) e Rio de Janeiro (144.786).De acordo com o MTE, São Paulo atendeu as expectativas na geração de postos de trabalhos formais, já que reúne a maior população do país, cerca de 40 milhões de habitantes, tem o maior parque industrial e a maior produção econômica do país.“Efetivamente São Paulo teve uma força importante nesse desempenho pelo tamanho da população, do próprio estado e do que representa para economia do país”, avalia o coordenador de análise da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Alexandre Loloian.“Principalmente nas regiões onde você tem uma taxa de urbanização muito maior e onde há mais fiscalização pelos órgãos do trabalho, sindicatos e pelo Ministério”, destaca Loloian, ao comentar o desempenho da região metropolitana do estado.Para o coordenador, os números do Caged mostram que as empresas estão mais sérias e cumprem suas obrigações. “Muitas empresas estão se organizando melhor, inclusive fazendo lançamentos nas bolsas de valores. E nenhuma empresa lança ações se não está organizada, com funcionários com registro em carteira.”O setor de serviços foi o que mais gerou empregos (242.967), seguido por indústria de transformação (149.164) e comércio (136.591). Questionado se o Brasil entra numa era pós-industrial, Loloian disse que essa é uma tendência, mas que depende muito das ações governamentais.Ele lembra o projeto em andamento da prefeitura da capital que pretende revitalizar a área urbana e criar um pólo tecnológico, atraindo empresas de serviços, numa região do centro da cidade conhecida como “cracolândia”, pelo alto índice de consumo e tráfico de drogas.“Todo segmento financeiro tem uma concentração na capital e na região metropolitana das grandes empresas prestadoras de serviços, de consultoria, há uma tendência ao reforçamento desse papel. Se vier acompanhada de ações mais propositivas dos governos municipal, estadual e federal, isso tende a se concretizar.”Os dados do Caged indicam também o crescimento da participação dos homens no mercado de trabalho registrado em 2007. Segundo Loloian há várias hipóteses para justificar esse aumento. “O chefe de família ainda na maioria é homem, dois terços dos chefes de famílias são homens. A mulher vai para o mercado se houver desemprego, baixo salário ou outro tipo de problema na família.”Mas o coordenador ressalta que não são só esses fatores que colocam a mulher no mercado de trabalho. “Há aspectos socioculturais que determinam a presença maior ou menor da mulher no mercado de trabalho”, destaca.Ele salienta, com base em dados da Seade, que a mulher tem maior presença no mercado de trabalho no estado de São Paulo e representa cerca de 50% das ocupações, apesar de a participação feminina no mercado de trabalho ter estagnado entre 2004 e 2006. “Pode ser uma parada momentânea”, ponderou. A Seade divulgará sua pesquisa de emprego e desemprego de 2007 no dia 30 de janeiro.O Caged, segundo o MTE, foi criado pela Lei nº 4.923/65 e é um registro administrativo que acompanha e fiscaliza o processo de admissão e dispensa (demissão, aposentadoria, morte) de trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em todo o país. As informações se referem aos municípios e às atividades econômicas.