Márcia Fernandes
Da Rádio Nacional
Brasília - O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) completou dez anos na última terça (22) com estatísticas positivas no Distrito Federal. Apesar da frota de carros praticamente ter dobrado, o número de mortes nos acidentes de trânsito se manteve estável. Em 1998, ano em que passou vigorar a nova legislação, 430 pessoas morreram nas estradas brasilienses. Em 2006, foram 414 pessoas.Para o diretor geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal Délio Cardoso, Brasília é uma das cidades que melhor se adaptou ao código. A capital federal ficou conhecida no país pelo respeito dos motoristas à faixa de pedestres e ao uso do cinto de segurança.“O habitante de Brasília é um cidadão educado. Nós damos o exemplo a todo o Brasil no respeito à faixa de pedestres, que nada mais é do que uma fiscalização do cidadão em relação ao seu companheiro. O Estado não tem condição de fiscalizar todas as faixas de pedestres e o respeito à faixa é uma conquista do cidadão no que tange a sua educação”, diz.Para o professor e especialista em trânsito Davi Duarte, o balanço desses dez anos também é positivo, mas as punições aos motoristas que dirigem embriagados deveriam ser revistas.“O álcool é responsável por milhares de mortes todos os anos. Isso custa muito dinheiro à nossa sociedade e, no entanto, a gente discute se o Estado pode ou não controlar o cidadão em relação a esse quesito. Direitos não podem se sobrepor ao deveres e é dever do cidadão se portar de modo a não prejudicar outras pessoas”.Entre os motoristas, nem todos concordam com a eficácia da lei. Para o estudante universitário Felipe Vieira, o Código de Trânsito Brasileiro é falho. “Quando foi implantado, o código era bom. O problema é que não adianta nada você encher as vias de pardais se não tem política de educação com o motorista”.O Código de Trânsito Brasileiro entrou em vigor no dia 22 de janeiro de 1998. Entre as mudanças, ele endureceu as penalidades e multas para motoristas imprudentes, criou o sistema de pontos na Certeira Nacional de Habilitação (CNH) e obrigou os motoristas a fazer um curso de primeiros socorros e a ter noções de mecânica antes de começarem a dirigir.