Senado pode votar amanhã Desvinculação das Receitas da União

18/12/2007 - 17h03

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A votação em segundo turno da Desvinculação das Receitas da União (DRU) poderá ocorrer amanhã (19), no Senado Federal, dependendo das negociações que estão sendo feitas entre lideranças do governo e da oposição.Para tanto, será necessária a quebra de intertício (prazo) entre o primeiro e o segundo turnos de votação. O regimento interno da Casa determina que, no caso de votações de propostas de emendas à Constituição (PECs), entre o primeiro e o segundo turno são necessários cinco dias úteis e mais três sessões plenárias.Como a DRU foi votada em primeiro turno na madrugada da última quinta-feira (13), amanhã encerra-se o prazo dos cinco dias úteis. De acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), havendoentendimento, as três sessões poderão ser realizadas amanhã mesmo para em seguida votar a matéria."O governo respeita o resultado da votação da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] e está analisando o cenário e as alternativas. Como líder, eu defendo que quaisquer medidas ou ajustes sejam negociados com a base e com a oposição".Ainda segundo ele, o governo vai trabalhar com corte de gastos, mas ainda não há nada "em gestação". Jucá lembrou que só poderá dar uma resposta à oposição amanhã, já que só hoje a noite conversará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante jantar do Conselho Político, no Palácio da Alvorada."A oposição não quer ser pega por uma nova CPMF, nos mesmos moldes [do imposto rejeitado pelo Senado]. Mas isso [criar um novo tributo] não está nos planos do governo".O líder do Democratas, José Agripino Maia (DEM-RN), a opsição não admite, "em hipótese alguma", um pacote tributário, "interrompendo o diálogo que pretendemos ter com o governo"."É preciso fazer uma avaliação moderna sobre excesso de arrecadação, corte de gastos supérfluos e, em função do déficit, se existir, será feita uma discussão madura, à luz do interesse nacional, que tem que ser atendido", disse. "Mas que não nos venham com ameaça de pacote tributário, nem reedição de CPMF. Se isso acontecer, a DRU não setá votada".