Secretário descarta "movimento orquestrado" para motins em presídios de Pernambuco

16/11/2007 - 18h54

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O secretário estadual de Ressocialização, coronel Humberto Viana, disse hoje (16) que as rebeliões dos últimos dias em presídios da capital e do interior de Pernambuco não resultam de um "movimento orquestrado" nem de uma crise generalizada.Com a rebelião no presídio de Arcoverde, no interior do estado, e atentativa de fuga em massa na unidade da Fundação da Criança e doAdolescente em Abreu e Lima, foram três os motins no estado nestasemana. "O gabinete de gestão de crise fez uma avaliação e constatou que o que gera instabilidade é um acúmulo de problemas antigos, que incluem superlotação, esquema de envolvimento de familiares, agentes penitenciários e policiais com práticas irregulares. Não existe um movimento orquestrado para provocar motins", afirmou. Ele anunciou que ainda neste ano o Ministério da Justiça vairepassar ao governo do estado R$ 18 milhões, para investimentos em projetos de ressocialização dos presos, aumento do número de vagas nos presídios, construção de novas unidades e aquisição de equipamentos. Em entrevista coletiva, o secretário informou que o governo estadual deverá destinar cerca de R$ 2,5 milhões para a reconstrução dos dois pavilhões destruídos durante o motim no presídio Aníbal Bruno, em Recife, onde no último final de semana morreram três detentos e outros 43 ficaram feridos. Essa reconstrução deverá ser concluída em pouco mais de três meses.Sobre a retomada das visitas, o coronel informou que dependerá do comportamento dos presos, que estão sendo observados por uma equipe de técnicos.Em Pernambuco, a população do sistema carcerário soma 17.270pessoas. Dados da Secretaria de Ressocialização apontam que 32% doscrimes cometidos são roubo; 24%, homicídios; e 14%, tráfico de drogas.