Países têm o direito de desenvolver energia nuclear com fins pacíficos, diz especialista

16/11/2007 - 21h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Na avaliação do diretor do Centro de Estudos das Américas (CEAs), Clóvis Brigagão, os países têm  direito a desenvolver energia nuclear desde que a finalidade seja pacífica, como faz o Brasil dentro das garantias da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).Ontem (15), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, manifestou sua intenção de também desenvolver a energia nuclear, seguindo o exemplo de países vizinhos da América do Sul, como o Brasil e a Argentina.“Se o Hugo Chávez quiser desenvolver  o seu programa de energia nuclear voltado para fins pacíficos, dentro dos parâmetros e das garantias da agência internacional, é problema dele e da Venezuela. Agora, se ele pretende seguir o passo ainda muito obscuro, como é o caso da Coréia do Norte e do Irã, aí é diferente”, disse Brigadão, na 4ª Conferência do Forte de Copacabana, no Rio.Ele atribuiu a uma conotação política à declaração ontem (15), na abertura do evento, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a descoberta de uma nova jazida de petróleo e gás na Bacia de Santos pode requerer o aumento da segurança  no país, com o uso de submarinos nucleares para proteger essa riqueza.Segundo Brigadão, isso justificaria, sob o ponto de vista político, a construção desse tipo de navio. “É até uma brincadeira [do ministro], porque um submarino não dá conta de um poço de petróleo tão grande. Menos ainda um submarino de propulsão nuclear vai dar conta de guardar a nossa costa marítima, que tem 25 mil quilômetros”.