Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Um detento morreu, agredido com pauladas na cabeça, e outros doisficaram feridos durante rebelião já controlada, hoje (16), no presídio Professor Brito Alves, no município de Arcoverde, a 253 quilômetros da capital. Com essa, subiu para três o número de rebeliões no estado desde o início da semana: a primeira, no presídio Aníbal Bruno, em Recife, e a segunda, na unidade da Fundação da Criança e do Adolescente da cidade de Abreu e Lima, durante tentativa de fuga em massa.
Segundo o diretor do presídio de Arcoverde, Ismero de Oliveira,o tumulto começou quando as celas foram abertas para servir o almoço: houve queima de colchões e destruição de seis celas. No tumulto, o detento Eriton AntonioPereira da Silva foi ferido na região abdominal e, transferido paraum hospital da cidade de Caruaru, foi submetido a uma cirurgia.Outro preso que sofreu ferimentos, segundo Oliveira, recebeuassistência médica no presídio e passa bem.
A superlotação, ainda de acordo com Oliveira, pode ter sido o motivo da rebelião na unidade carcerária, que abriga 554 presos – média de 36 por cela –, mas tem capacidade para 177. "Os presos também reclamam da morosidade da Justiça para julgar os processos em que são acusados”,acrescentou.
O promotor Marcellus Ugietti, do Ministério Público de Pernambuco,disse que 70% dos presos em Arcoverde ainda não foram condenados. E concordou com Oliveira: “Um grandeproblema no sistema penitenciário é a demora nos julgamentos. Na semana passada, foi expedido o alvará de soltura de um homem que estava preso há três anos e meio, mas fora condenado a cumprir pena de um ano e quatro meses. Então, é preciso agilizar os julgamentos”, defendeu.