Argentino diz que aumento de gastos militares na América do Sul pode ameaçar equilíbrio da região

16/11/2007 - 16h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor da Associaçãopara Políticas Públicas da Argentina, Diego Fleitas,disse hoje (16) que o aumento dos gastos militares na Américado Sul “pode ser percebido como uma ameaça” ao equilíbriodas Forças Armadas da região. Segundo ele, no futuro,o reaparelhamento talvez em vez de prevenir os conflitos, tenha opoder de provocá-los.De acordo com DiegoFleitas, é evidente a ameaça à segurançada região o aparelhamento das Forças Armadas daVenezuela. Ele considera, inclusive, que “talvez no futuro oarmamento do Brasil possa fazer parte do problema e não dasolução”. Diego Fleitas reconheceque há ações perigosas atualmente em todo omundo, o que justificaria a compra de armas pelos sul-americanos.“Mas é preciso ter um equilíbrio e confiar nos paísesvizinhos”, disse.Ao comentar apreocupação do ministro da Defesa do Brasil, NelsonJobim, de concluir o ciclo de enriquecimento de urânio paradesenvolver um submarino nuclear capacitado a proteger as riquezas dopaís, entre as quais as recentes descobertas de jazidaspetrolíferas, disse que era demasiada. “Um submarino nucleartem sentido se você fala em defesa ou ataque estratégicos.Não tem tanta relação com a proteçãode uma bacia [petrolífera] próxima”, afirmou.Segundo Diego Fleitas,a conseqüência de um submarino nuclear é uma açãoestratégica do Brasil para fora e para devolver um ataque,“não para a defesa de um poço de petróleo a200 quilômetros da costa”. O diretor da Associaçãopara Políticas Públicas da Argentina participa da 4ªConferência do Forte Copacabana.