Quatro mil conferências municipais e 27 estaduais preparam debate nacional de saúde

06/10/2007 - 17h23

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Até a próximasemana, terminam os debates regionais e distritais que fazem partedas prévias da 13ª Conferência Nacional de Saúde(CNS). Até hoje (6), sete estados e o Distrito Federaldiscutiram as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia pelostrabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde(SUS) e proposta para melhorar essa realidade. Os debates da rodadaestadual das conferências de saúde se encerram no 15 deoutubro com a elaboração de propostas que serãolevadas para a etapa nacional, em novembro. Antes, foram realizadascerca de 4,4 mil conferências municipais. A Agência Brasilacompanhou as discussões em alguns estados e municípios.Em São Paulo, o encontro cobrou urgência do CongressoNacional em regulamentar a Emenda Constitucional 29 e defender oSistema Único de Saúde (SUS). Alagoas aprovou, entreoutras medidas, a proposta de incluir nutricionistas nas equipes doprograma Saúde da Família. No Distrito Federal, ospontos mais discutidos foram as alternativas de integrar o trabalhocom os municípios do entorno, sobretudo as cidades goianas, deonde vêm muitos pacientes.Em entrevista àRádio Nacional, o presidente do Conselho Nacional de Saúde,Francisco Batista Júnior, reafirmou que já épossível tirar das discussões iniciadas pelasconferências em abril alguns pontos que devem ser levados paraa etapa nacional, de acordo com. Um deles seria a necessidade demudar o enfoque em relação ao atendimento, dandoprioridade à prevenção. “Nesse momento, um dosgrandes debates que está em curso é a necessidade depriorizarmos efetivamente a prevenção e promoçãoda saúde, que é a coisa que nós não temosculturalmente no nosso país”, disse.Tratar a saúdecom uma visão mais ampla e com a participação deoutros setores é outra questão a ser discutida naConferência Nacional de Saúde, segundo FranciscoBatista. “Saúde passa pela questão do emprego, darenda, do salário, saúde tem a ver com educação,com meio ambiente equilibrado e desenvolvimento sustentável”.Ele cita como exemplo a relação entre saúde eeducação para o trânsito, já queanualmente o governo gasta R$ 28 bilhões com acidentes detrânsito e cerca de 130 mil pessoas ficam com deficiênciasprecisando de atendimento nos hospitais.A profissionalizaçãode gestão do sistema de saúde no Brasil serádefendida no documento que segue para debate nacional. “Temos umagerência que é muito amadora com interferênciapolítico-partidária e defendemos a profissionalizaçãoda gestão e fortalecimento do trabalhador de saúde”,afirma o presidente do Conselho Nacional de Saúde. A intenção,segundo ele, é que os cargos de direção eadministração das unidades de saúde sejamocupados por pessoas qualificadas para a função e quesejam preferencialmente da área. Autonomia financeira,administrativa e orçamentária também compõema lista de debates.A 13ª Conferência Nacional deSaúde, a ser realizada entre os dias 14 e 18 de novembro, irádebater os relatórios aprovados nos estados e produzir umdocumento final que sirva de referência para implementar asmudanças necessárias para aprimorar o funcionamento dosetor. As conferências acontecem a cada quatro anos com aparticipação de representantes dos governos, detrabalhadores e de usuários do sistema público desaúde.